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RASTRO DE DESTRUIÇÃO

Prejuízos causados por ataques de javali preocupam produtores do RS

As lavouras de milho do produtor Mariel Ballardin, em São Marcos (RS), assim como várias outras, estão enfrentando problemas com javalis. “Eles derrubam tudo, comem e estragam.

É uma coisa séria, gente! Queria fazer um apelo aos ambientalistas: deem uma mãozinha para gente. Vocês não plantam milho, não sabem o que é destruição. Não sabem o que é a dor de plantar, gastar e não pode colher e não ter trato para o gado”, diz.

De acordo com o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, a caça controlada do javali tem se mostrado ineficaz para o controle populacional desses animais. O setor defende a criação de um mecanismo mais eficiente.

“Os javalis invadem e acabam cruzando com as porcas e dão a luz ao javaporco. A legislação diz que esse porco ou esse javali, como é uma espécie invasora, não podem ser criados em currais, precisam ser eliminados. O Ibama e a Patram [Patrulha Ambiental] estão indo nas propriedades onde tem denúncia e acabam multando o produtor. As multas são pesadas! E fazem o extermínio desses animais, trazendo outro prejuízo aos produtores”, afirma.

Esses animais representam um risco sanitário para os rebanhos porque são vetor da peste suína africana. Por isso, é necessário um controle redobrado em zonas livre de aftosa sem vacinação, status que o Rio Grande do Sul busca conquistar junto à Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).

Caso o produtor aviste um javali em sua propriedade, a orientação é notificar os órgãos competentes.

“Existe, atualmente, um aplicativo para celular em que o produtor pode fazer o registro desse avistamento que vai ser utilizado como informação pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente para fazer a detecção, o monitoramento e o controle dessas espécies exóticas invasoras”, afirma Juliane Galvani, gerente do Programa Nacional de Sanidade Suína do Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul.

Além da legislação federal, o Rio Grande do Sul tem um Plano de Prevenção, Controle e Monitoramento do Javali, com execução compartilhada com a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema).

“Ficaram acertadas algumas reuniões técnicas entre as secretarias do Meio Ambiente e da Agricultura, outras entidades e o governo do estado para tentar flexibilizar algumas normativas internas, aqui do governo do Rio Grande do Sul, mas também ficou decidido que vamos procurar o Ministério da Agricultura para tentar flexibilizar as normas que permitem a caça do javali e do javaporco. É uma ação que nós vamos focar, através das secretaria e buscar algumas soluções ainda este ano”, diz o secretário de Agricultura, Covatti Filho.

A superintendente do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, Helena Rugeri, afirma que é uma questão preocupante, que requer integração e compartilhamento de responsabilidade entre os órgãos envolvidos.

“Sejam os órgãos ligados à questão sanitária, saúde humana e saúde animal, e também uma integração muito forte com o produtor rural. O produtor rural necessita ser orientado sobre o risco que esse animal traz”, diz.

O deputado estadual Elton Weber (PSB) é um dos autores do pedido de audiência pública para tratar das estratégias para conter os danos causados pelos javalis no estado.

Ele também pretende se reunir com o Ministério da Agricultura, Ibama e outros órgãos federais, em Brasília, para tratar do assunto.

“Para que possamos simplificar ainda mais a legislação para permitir que caçadores e controladores possam fazer o seu trabalho de forma mais desburocratizada, e assim contermos, pelo menos, a reprodução e o avanço do ataque dos javalis nas propriedades do Rio Grande do Sul”, afirma.

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