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LIBERTADORES

Garotos “copeiros” mostram coragem e lideram Palmeiras em vitória histórica

O Palmeiras conseguiu ontem (5), sobre o River Plate (ARG), uma de suas maiores vitórias no século. Dominante, o Verdão fez 3 a 0 na equipe argentina, tratada como a melhor da América do Sul, e impôs o que o diário “Olé” classificou como uma de “noite de terror” para o badalado time de Marcelo Gallardo.

Para conseguir o grande resultado, que deixa o Palmeiras próximo da final da Copa Libertadores, Abel Ferreira decidiu escalar um meio-campo novo — tanto na escalação quanto na idade. Danilo (19 anos de idade), Patrick de Paula (21) e Gabriel Menino (20) foram os escolhidos pelo português, enquanto Zé Rafael e Raphael Veiga ficaram no banco.

Em uma competição na qual muito se discute sobre a necessidade de ter jogadores “cascudos” e experientes para triunfar, o trio deu uma grande demonstração de que há outro caminho.

Danilo e Patrick jogaram à frente da defesa e ajudaram a tirar o espaço para a criação do River, que gosta de entrar na área tocando a bola. Além disso, acertaram todos os lançamentos que tentaram, impuseram uma marcação agressiva no campo de ataque e fizeram o time jogar, mesmo sendo chamados de “volantes” — os dois eram armadores na base e recuaram quando chegaram ao sub-20.

Já Gabriel Menino acabou sendo o ponto de desequilíbrio no jogo. Inicialmente escalado como meio-campista pelo lado direito, o camisa 25 recuou para fazer uma linha de cinco na defesa, quando o time argentino vinha levando vantagem em cima de Marcos Rocha. A partir da mudança, o Verdão correu menos riscos. A atuação completa do garoto acabou irritando Carrascal, que lhe deu um pontapé e foi expulso, dificultando ainda mais a situação do River — o placar estava então em 2 a 0, e o lateral Viña marcou o terceiro pouco depois.

Para Abel Ferreira, os garotos foram corajosos, espelhando a própria decisão do treinador. O mais comum numa situação poderia ser usar uma equipe com jogadores mais velhos, mas o português deu confiança ao trio, que correspondeu.

“É uma equipe jovem, e falo que é preciso ter coragem, mas precisa de exemplos de coragem. E hoje (ontem) usamos mistura de experiência e juventude. Temos o Luiz Adriano, que nos deu segurança e foi um treinador em campo, na defesa tem o Gómez e o Rocha atrás. Fomos uma equipe fiel aos princípios, temos de ser consistentes no nosso trabalho”, elogiou.

O ex-zagueiro Ricardo Rocha adotou discurso semelhante no Fim de Papo, live de pós-jogo do UOL Esporte. Para ele, o Verdão não se intimidou, ainda que jogasse contra uma equipe que venceu duas vezes a competição nos últimos cinco anos. O comentarista não poupou elogios ao desempenho desse trio de garotos, aliás.

“O medo que eu tinha desse jogo era o meio-campo do River. Ele tem um baita meio-campo e essa garotada engoliu o meio-campo do River. Engoliu por quê? Primeiro, velocidade; segundo, categoria, são jogadores que sabem jogar. Eu não vejo a força do River como antes, o River ele não criou muito, mas ele não criou porque o Palmeiras jogou bem, ele não deixou o River”, pontuou.

“Bola por cima não entrava, por baixo não entrava, porque o Palmeiras estava muito bem posicionado, o Palmeiras fez um grande jogo taticamente. O River não jogou porque o Palmeiras não deixou jogar, porque o Palmeiras partiu para cima, o Palmeiras não se intimidou”, acrescentou.

O tamanho da vitória de ontem se prova pela seguinte estatística: foi apenas a terceira vez que o River perdeu um jogo de Libertadores como mandante por três gols de diferença. A última vez havia acontecido para o Flamengo, quando perdeu por 3 a 0, em 1982. A outra foi em um 4 a 0 para o San Lorenzo, em 1973.

Com o resultado, o Verdão pode até perder por dois gols de diferença na terça que vem (12) e mesmo assim avança à decisão da Copa Libertadores. Já campeão em 1999, o time tenta o bicampeonato — a final está marcada para o dia 30 de janeiro, no Maracanã.

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