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IMPACTOS

Nível do Rio Paraguai está abaixo do esperado

Toninho Ruiz

Pesquisadores da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) de Cáceres, a 220 km de Cuiabá, monitoram pontos do Rio Paraguai e se dizem preocupados com a escassez das chuvas. O nível está abaixo do esperado para essa época do ano e pode faltar água no Pantanal.

Mesmo de barco pequeno, navegar em alguns pontos do Rio Paraguai exige alguns cuidados. Com a escassez de chuvas e depois de uma temporada severa de queimadas, os pesquisadores da Unemat monitoram alguns pontos para analisar a qualidade da água e solo.

“A gente fez uma coleta baseada na análise do DNA ambiental do solo e da água, identificamos quais são os rastros desses organismos durante o período de estiagem e posteriormente no período de cheia”, explicou o professor Ernandes Sobreio Oliveira Junior.

De acordo com a pesquisa, o Rio Paraguai está há 1 metro e 60 centímetros abaixo do que a média para esse período. Em um ponto, há uma pequena ligação com o rio, mas outras áreas ainda estão totalmente isoladas.

O pesquisador Wilkison Lopes Lázaro disse que o nível da água está muito abaixo de acordo com as marcações feitas.

“São duas marcas de água mais comuns no ano. A debaixo indica a marca em que a água fica o ano inteiro, mesmo no período de seca, outra marca mais acima, é do período de cheia, nas maiores amplitudes. A média histórica estaria nessa marca de baixo e ela está completamente seca”, explicou.

Um dos reflexos dessa perda de água no Pantanal é possível ver na área. Segundo os pesquisadores, a vegetação seca tem avançado sobre a vegetação aquática e toda essa área deveria estar coberta de água nessa época do ano, mas, sem ela, essa vegetação está diminuindo causando impacto no estoque pesqueiro.

Em outra área, um pouco de água não é suficiente para alagar todo o espaço que costumava encher. O biólogo e cacerense Derick Victor de Souza Campos, conta que nunca viu o rio coo está agora.

“O solo está completamente trincado. Embora tenha tido chuvas, elas não tinham a quantidade suficiente para poder adequar a quantidade do solo, ter uma instabilidade maior e uma consistência. Eu nunca vi esse lugar como ele está agora. A gente nunca esperaria que isso ia acontecer”, afirmou.

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  • 1 de fevereiro de 2021 às 18:33:17
  • 1 de fevereiro de 2021 às 18:18:41