Mauro Akiin Nassor/Fotoarena/Agência O Globo
“A Bahia tem uma rainha: Iemanjá, a senhora das águas, poderoso orixá do candomblé, sereia de cinco nomes, dona Janaína, Inaê, Yá, Rainha de Aioká. Ela reina sobre esse império das águas. Mãe e esposa de pescadores, seu amor supremo, seu desejo impossível”.
As palavras de Jorge Amado, no guia Bahia de Todos os Santos, revelam a força e a mística de Iemanjá, divindade de religiões de matriz africana que protagoniza uma das principais festas populares da Bahia. Todos os anos, no dia 2 de fevereiro, centenas de milhares de pessoas tomam as ruas de Salvador para saudar a orixá.
Não em 2021. O Dia de Iemanjá foi comemorado com parcimônia na capital baiana em meio à segunda onda da epidemia da Covid-19. Nas praias do Rio Vermelho, principal palco da festa, apenas os pescadores da colônia de pesca do bairro tiveram livre acesso ao mar.
A prefeitura de Salvador fechou com tapumes o acesso às principais praias do Rio Vermelho para impedir o acesso do público ao mar e à faixa de areia.
Ambulantes não foram autorizados a trabalhar no Rio Vermelho. O comércio do bairro, com exceção de supermercados, farmácias, padarias e bancos, ficará fechado. Os estabelecimentos que abrirem as portas não poderão vender bebidas alcoólicas. Em tempos normais, a festa religiosa costuma reunir centenas de milhares de pessoas em diversos pontos da orla,mas principalmente no Rio vermelho.
Além da parte religiosa, a festa é marcada pela apresentação de bandas e grupos folclóricos pelas ruas do Rio Vermelho, além de festas privadas em bares e casas de show do bairro, que é um dos mais boêmios de Salvador.
Neste ano, a prefeitura iniciou ainda nesta segunda-feira (1º), o bloqueio dos acessos às praias do Rio Vermelho e suspendeu os festejos no entorno da Colônia de Pescadores do bairro. Os tapumes serão retirados na quarta-feira (3)