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IMPACTOS

Alta da Selic: o que muda no seu dia a dia com os juros a 2,75%?

THIAGO RIBEIRO/ AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Após seis anos, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou na quarta-feira (17) a taxa básica de juros da economia em 0,75 ponto percentual. Com o aumento da Selic, o BC espera que a inflação termine 2021 dentro da meta, de 3,75%.

Os efeitos da alta dos juros, no entanto, vão além do alívio na pressão inflacionária. Para os brasileiros, a elevação do índice também gera impactos diretos em questões como no valor do crédito, no consumo da população, nos investimentos e em financiamentos imobiliários.

Como fica mais caro investir, uma alta de juros impacta também a geração de empregos, de renda, além de uma elevação nas contas públicas, com multiplicador maior na dívida do país.

Inflação

O primeiro objetivo do BC ao aumentar os juros é tentar conter o avanço da inflação. Em geral, quando sobem os juros, é reduzido o estímulo à economia. Isso acontece porque financiamentos ficam mais caros e investimentos financeiros passam a render mais, por exemplo. Passa a ser mais vantajoso guardar do que rodar o dinheiro – e com menos demanda, os preços dos produtos tendem a cair, reduzindo a inflação.

Durante a pandemia, uma porção de estímulos monetários foi concedida ao redor do mundo. Esse dinheiro despejado incentiva a população a gastar mais, gerando pressão natural na inflação pelo lado da demanda. No Brasil, isso ocorreu em parte com o Auxílio Emergencial, que estimulou o consumo internamente.

Dólar

O que causou, de fato, uma pressão na inflação brasileira foi a desvalorização do real. Com a moeda mais fraca, produtos nacionais comercializados em dólar ficaram mais atrativos no mercado global, gerando desabastecimento interno. Os preços no Brasil, principalmente no atacado, subiram.

Com a alta nos juros, o BC tenta atrair investimentos externos que fugiram do país e colocar o câmbio de volta em patamares mais comportados.

O Brasil, como país emergente e com riscos fiscais no horizonte, com uma taxa de juro de 2% é pouco atrativo comparado a mercados mais seguros. Assim, os analistas esperam uma queda do dólar no curto prazo, mas sem efeitos duradouros.

Investimentos

A taxa Selic é usada como referencial de rentabilidade nos investimentos. Quem possui títulos de renda fixa – como poupança, CDBs, LCIs LCAs e Tesouro Selic –, deve ter maiores ganhos com a alta da Selic. No caso da poupança, o rendimento mensal sobe de 0,12% para 0,16%, e a caderneta continua perdendo para a inflação.

Em geral, aplicações em renda variável – caso de ações e fundos imobiliários – teriam efeito contrário e perderiam atratividade em tempos de alta de juros. Acontece que a Selic, mesmo a 2,75%, permanece em patamares muito baixos para o histórico brasileiro.

Com a inflação em 12 meses acumulada em 5,20%, não há ganho real nas aplicações financeiras que paguem taxas próximas à Selic. Isso mantém o interesse em investimentos mais arriscados e diminui a saída da bolsa de valores e de fundos de investimento.

Mesmo levando isso em consideração, especialistas continuam indicando os títulos do Tesouro Selic e os fundos DI, que acompanham a taxa básica de juros, como veículos de reserva financeira. Também são aconselhados os CDBs de liquidez diária, que rendem próximo ao CDI. Todos possibilitam retirada a qualquer momento e sem grande perda pela flutuação do título.

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