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''WILD RIFT''

Versão de ‘League of Legends’ para celulares, é lançado no Brasil

A Riot já domina grande parte do tempo de mais de 100 milhões de usuários ativos por mês. Com o lançamento de “League of Legends: Wild Rift” no Brasil e no resto das Américas nesta segunda-feira (29), o estúdio quer ainda mais, e vai atrás daqueles momentos longe de um computador, nos quais o único aparelho disponível é um celular.

A versão do moba (sigla em inglês do gênero de arenas de batalhas multiplayer online) para aparelhos móveis Android e iOS – e consoles, no futuro – até tem como objetivo atrair novos jogadores, mas visa mesmo ampliar sua presença em uma comunidade que já é imensa.

“A missão primária de ‘Wild Rift’ é levar o jogo para mais partes do seu dia, mais fases da sua vida e mais pessoas com quem você se importa. São essas três coisas”, diz ao G1 em entrevista exclusiva no Brasil o produtor-executivo Michael Chow.

“Estamos tentando de verdade fazer uma carta de amor à nossa comunidade já existente. Mas essa última parte, sobre mais pessoas com quem você se importa, é realmente sobre abrir a experiência de ‘League of Legends’ para qualquer pessoa em qualquer lugar.”

Simples, mas não casual

A princípio o título pode ser diferente, e o sistema de controle é outro, mas Chow garante que a maior parte das coisas que tornaram “League of Legends” em um sucesso também é encontrada em “Wild Rift”.

Ou seja, o modo clássico do moba, que é gratuito, coloca duas equipes de cinco jogadores para controlar diferentes heróis – os chamados “campeões” – em um mapa com três caminhos claros para se enfrentarem. Ganha quem destruir a base rival primeiro.

O mouse e o teclado da versão do computador, usados para ataques e movimentação, em “Wild Rift” são trocados por alavancas e botões virtuais. Já atributos como itens, runas e diferentes funções em uma partida ainda estão lá, e são parte fundamental de uma vitória.

“‘Wild Rift’ não tira essa complexidade. Não fizemos um jogo mais simples, mas mais fácil de usar. Então é mais tranquilo visualizar as opções e fazer as melhores escolhas sem precisar pensar tanto”, fala Chow.

“Então eu não chamaria de ‘casual’. É mais intuitivo. Muitos jogadores tiveram experiências com jogos nos quais controlam diretamente os personagens, que é o controle por duas alavancas. Normalmente, mouse e teclado são uma das barreiras para conseguir curtir um moba, ou ‘League of Legends’, no computador.”

Teste para todos

O lançamento nas Américas desta segunda é parte de uma fase de testes abertos que já estavam disponíveis em mais de 20 países e regiões pelo mundo.

Chow garante que a chegada tardia não significa que o continente tenha menos valor para a empresa. A demora aconteceu por causa de dificuldades impostas para montar a infraestrutura física dos servidores durante a pandemia.

Tanto que o Brasil foi um dos primeiros a receber testes fechados, em junho de 2020. De acordo com o desenvolvedor, a escolha pelo país aconteceu por dois motivos. Além de uma comunidade apaixonada pelo game, também é uma região com fãs legítimos de todos os tipos de jogos de celulares.

“Não apenas no que chamamos de jogos casuais de dispositivos móveis, mas games hardcore, ricos e competitivos. Como com ‘Free Fire’, que também achamos ótimo. Acho que vamos, com sorte, conseguir os mesmos fãs apaixonados e dedicados que temos nos computadores no Brasil, mas talvez de uma forma mais acessível para um público muito mais amplo de jogadores.”

‘League of Legends: Wild Rift’ troca teclado e mouse por alavancas e botões virtuais — Foto: Reprodução/YouTube/WildRiftBR

Faz sentido se pensar que o país tinha, em junho de 2020, 234 milhões de smartphones, de acordo com uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas. E uma comunidade tão apaixonada por jogos para celulares que elegeu o battle royale “Free Fire” como o melhor jogo de 2019 no Prêmio eSports Brasil.

Para atingir essa parcela maior de usuários em potencial, a equipe buscou tornar “Wild Rift” o mais acessível possível para todo tipo de aparelho.

“Trabalhamos muito duro em desenvolver para especificações médias, então aparelhos de seis a sete anos atrás podem rodar o game e jogar competitivamente. Não vai tornar mais difícil jogar. Só vai parecer com menos qualidade.”

Zerando o jogo

Com a abertura dos servidores americanos, jogadores da região que acessavam o game na Europa, por exemplo, devem transferir suas contas para cá.

Por um lado, isso garante uma maior agilidade e uma latência bem menor na hora das partidas. Por outro, essas pessoas vão perder todo o progresso conseguido lá fora.

“Se ajuda, isso vale para todos os desenvolvedores também. Eu estou jogando em um nível muito competitivo agora e todo o meu progresso vai voltar a zero. Eu provavelmente já tinha jogado mais de mil horas até agora. Então as contas vão zerar, mas qualquer dinheiro gasto vai ser devolvido.”

Para diminuir a inevitável frustração dos ansiosos, a empresa promete realizar eventos em ritmo acelerado, para que a comunidade local possa alcançar eventualmente seus colegas estrangeiros.

Futuro selvagem

Enquanto as novidades chegam a aparelhos móveis, com promessa de três novos campeões por mês, Chow sabe que tem uma missão grande pela frente: levar “Wild Rift” para os consoles.

Ele evita dar datas, mas afirma que a empresa deve revelar novas informações “em breve”.

“O desenvolvimento em si está saindo ótimo. O jogo se sai muito bem. Estou muito feliz com seu desempenho em um controle”, conta o produtor.

“É apenas uma questão de tempo até terminarmos. Você não deve esperar até o fim do ano para ouvir novidades nossas sobre os consoles.”
Para a equipe, o principal desafio tem sido o chamado “cross-play”, que permitirá que usuários de dispositivos móveis enfrentem amigos e rivais em outras plataformas, como os diferentes consoles.

“Acho que existem muito jogos com cross-play agora que até dizem que são, mas nos quais você não quer encarar pessoas em outras plataformas. Por exemplo, um jogo de battle royale que esteja em diferentes lugares. As experiências são tão diferentes que seu esquadrão não vai conseguir jogar direito”, diz Chow.

“Em ‘Wild Rift’, eu não consigo saber quando meus amigos estão jogando no console ou no celular, e o mesmo com nossos inimigos, e vamos ganhar independente disso. Pessoalmente, acho até que o mobile tem uma certa vantagem, mas é imperceptível.”

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