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TRAGÉDIA

Tiroteio deixa ao menos oito mortos em Indianápolis, nos EUA

Um homem matou oito pessoas a tiros e deixou vários feridos em um prédio da empresa de entregas FedEx em Indianápolis, no estado de Indiana, por volta das 23h (horário local) de quinta-feira (15).

O atirador se matou com um tiro assim que os agentes chegaram ao local, segundo a polícia. A identidade do assassino e o motivo do ataque ainda não foram revelados.

Cinco pessoas foram hospitalizadas, uma delas com ferimentos graves, informou Genae Cook, porta-voz da polícia local. Outras foram sozinhas ao hospital e algumas, atendidas no local e liberadas.

Este é o sétimo ataque nos Estados Unidos em apenas um mês. Essa onda de violência já deixou mais de 40 mortos e dezenas de feridos e foi classificada pelo presidente americano, Joe Biden, como uma “epidemia” e “vergonha internacional”

O incidente ocorreu em um prédio da FedEx perto do Aeroporto Internacional de Indianápolis e a rodovia interestadual 70 chegou a ser interditada.

“Eu vi um homem sair com um rifle na mão e começar a atirar e a gritar coisas que eu não conseguia entender”, disse Levi Miller a uma TV local. “O que acabei fazendo foi me abaixar para ter certeza de que ele não me visse, porque pensei que ele me veria e atiraria em mim”.

Um outro funcionário disse que estava comendo quando ouviu o que parecia ser “dois barulhos altos de metal”, seguidos de tiros. “Alguém foi atrás de um carro, até o porta-malas, e pegou outra arma. Então eu vi um corpo no chão”.

Parminder Singh disse à TV que sua sobrinha estava sentada no banco do motorista de seu carro quando o tiroteio começou e ela foi ferida. “Ela levou um tiro no braço esquerdo”, disse a testemunha. “Ela está bem, ela está no hospital agora”.

Ele disse que sua sobrinha não conhecia o atirador.

Um porta-voz da FedEx disse que a empresa estava “profundamente chocada e triste” e que funcionários e familiares dos mortos e feridos foram levados para um hotel na região. “Nossas mais sinceras condolências vão para todos os afetados por este ato de violência sem sentido”.

Uma familiar que foi levada ao hotel buscava informações da sua filha, Jessica. “Quando você vê notificações em seu telefone, mas não recebe uma mensagem de texto da sua filha, não recebe informações e ainda não sabe onde ela está… O que você deve fazer?”, afirma Mindy Carson, tentando conter as lágrimas.

O subchefe do departamento de polícia de Indianápolis, Craig McCartt, disse à rede de televisão americana CNN que a polícia não disparou nenhum tiro.

“Parece haver uma falta de habilidades de resolução de conflitos e as pessoas são muito rápidas para pegar uma arma e resolver seus problemas com uma arma hoje”, afirmou McCartt. “Mas todos deveriam se preocupar com a frequência com que isso está acontecendo”.

Onda de ataques nos EUA

As mortes em Indianápolis são o caso mais recente da onda de ataques com armas de fogo nos EUA. Segundo a agência de notícias Associated Press, esse foi o terceiro ataque a tiros em massa em 2021 apenas na cidade.

Cinco pessoas, incluindo uma mulher grávida, foram baleadas e mortas em janeiro, e um homem foi acusado de matar três adultos e uma criança antes de sequestrar sua filha durante uma discussão em uma casa em março.

O ataque de quinta-feira (16) foi o sétimo ataque em um mês nos EUA, desde 16 de março, que deixaram mais de 40 mortos e dezenas de feridos:

12 de abril — Tenesse: Quatro pessoas foram mortas em uma escola de ensino médio em Knoxville. Aluno foi baleado e morto após abrir fogo contra policiais, e um agente ficou ferido.

8 de abril — Carolina do Sul: Ex-jogador de futebol americano matou 5 pessoas a tiros e tirou a própria vida. Vítimas eram um médico, sua mulher, dois netos e um trabalhador da casa.

8 de abril — Texas: Uma pessoa foi morta após atirador abrir fogo em uma loja de móveis em Bryan. Criminoso era funcionário da empresa e foi preso após trocar tiros com policiais.

1º de abril — Califórnia: Tiroteio deixou quatro mortos e dois feridos em um prédio comercial ao sul de Los Angeles. Uma das vítimas era uma criança.

22 de março — Colorado: Atirador abriu fogo em um supermercado em Boulder e deixou 10 mortos, inclusive um policial.

16 de março — Geórgia: Tiroteios em três casas de massagem na área de Atlanta deixaram oito mortos, a maioria mulheres asiáticas. Assassino foi preso enquanto viajava em direção à Flórida, onde planejava realizar uma ação semelhante.

Na semana passada, Biden anunciou medidas para tentar controlar o que chamou de “epidemia de violência com armas de fogo” no país. O presidente americano quer dificultar o acesso às “armas fantasmas”, que podem ser montadas em casa e não têm número de rastreio.

“A violência com armas de fogo neste país é uma epidemia. E é uma vergonha internacional”, afirmou o presidente americano.

O controle das armas de fogo nos EUA é um tema que divide o país, ainda que há décadas os americanos convivam com massacres em escolas e espaços públicos.

Muitos dos defensores do porte de arma recorrem à Segunda Emenda da Constituição americana, que garante o direito de se ter uma arma. Sempre que o governo tenta controlar o acesso a armamentos, lobistas recorrem à Justiça para derrubar a decisão.

O presidente americano insistiu que as medidas apresentadas na quinta-feira (8), dia dos ataques na Carolina do Sul e no Texas, não infringem a Constituição americana. “Nenhuma emenda da Constituição é absoluta”, afirmou Biden.

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