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GOLPE

Bandidos fingem pesquisa da covid para clonar WhatsApp em MT

REPÓRTER MT / MÁRIO ANDREAZZA
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Reprodução

Criminosos de várias regiões do Brasil se transformaram em mais um ‘efeito colateral’ deste período de pandemia do novo coronavírus. Como se não bastassem hospitais cheios e mais de 430 mil mortes no país em decorrência da covid-19, até o momento, os ‘bandidos virtuais’ estão utilizando deste momento tão difícil para aplicar o ‘golpe da pesquisa da covid’, que já está fazendo dezenas de vítimas em Mato Grosso.

O ator André D’Lucca, famoso por dar vida à querida Almerinda, e o deputado Estadual Lúdio Cabral (PT), são apenas dois exemplos de personalidades mato-grossenses que foram alvos desses criminosos.

O crime funciona da seguinte forma: O cidadão recebe uma ligação, geralmente do DDD 11, referente ao estado de São Paulo e ao atender o ‘criminoso’ se apresenta como um ‘pesquisador do Ministério da Saúde’ e pede para a vítima responder algumas perguntas.

Momento em que usam para envolver com perguntas sobre a pandemia do tipo: “Você já teve covid?”, “Já perdeu alguém da família?”, “Conviveu com alguém próximo que teve a doença?”, “A pandemia impactou no seu trabalho?”. Geralmente de três a quatro perguntas, porém, segundo alguns relatos, o falso pesquisador se mostra envolvido com a dor daquela vítima em detrimento do que possa ter sofrido neste período. Tudo apenas para envolver e ganhar confiança.

No final da ‘entrevista’ a vítima recebe um código de seis dígitos no celular, momento do ‘xeque-mate’, quando o criminoso avisa para o entrevistado que informe o código para concluir e registrar a pesquisa.

No momento em que o código é informado ao bandido o WhatsApp da vítima é clonado. A partir daí a quadrilha passa a ater acesso às conversas do aplicativo, assim como vídeos, fotos, documentos e todo tipo de arquivo trocado pelo aplicativo.

Vale ressaltar que o Ministério da saúde não está realizando nenhum tipo de pesquisa em relação à pandemia da covid-19 neste momento. Ainda que estivesse, pesquisadores não pedem nenhum código de confirmação aos entrevistados.

Com tantas informações sobre a vítima vários crimes podem ser consumados. Desde chantagens, por acesso a alguma informação pessoal, até pedir dinheiro aos contatos se passando pelo dono daquele número, o que tem acontecido com mais frequência.

D’Lucca relatou toda a tentativa do golpe em sua página do Facebook na última terça-feira (11), onde deu um panorama de como os bandidos agem. Porém, o ator no último momento, talvez por uma intuição mais aguçada, não entregou ao criminoso o código recebido no aparelho celular.

O ator ainda publicou o número “(11) 99803-8524”, utilizado pelos criminosos para tentar o enganar. Ele ainda falou que este mesmo número tentou aplicar um outro golpe a tempos atrás, quando foi enviado um link com vírus também para fazer a clonagem do aparelho.

D’Lucca Ressaltou ainda que após denunciar o golpe da pesquisa da covid nas redes sociais recebeu muitas mensagens de amigos e seguidores contando terem sido vítimas e relatos de como aconteceu.

O deputado Lúdio foi vítima ainda no mês de abril, quando após responder a pesquisa entregou o código para o criminoso. O parlamentar utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa (AL) no dia 14 de abril para relatar o golpe e fazer o alerta.

O delegado Ruy Guilherme Peral da Silva, responsável pela Delegacia Especializada na Repressão de crimes Informáticos (DRCI), contou que investiga várias denúncias desse crime, tanto consumados, quando a vítima caiu no golpe e teve o aplicativo clonado, quanto na forma tentada, quando o cidadão atendeu a ligação da pesquisa, porém, percebeu o golpe e não repassou o código.

“Alerta-se à população para que jamais informe a terceiros quaisquer tipos de código recebido no celular. Importante ainda ativar o modo de segurança “verificação em duas etapas” do WhatsApp, pois nesse caso, mesmo que o criminoso tenha acesso ao código de seis dígitos que ele solicita no golpe, ainda vai precisar de um segundo código para ter acesso ao aplicativo”, explicou o delegado.

Modo de segurança verificação em duas etapas

A confirmação em duas etapas é um recurso que o aplicativo oferece para deixar sua conta do WhatsApp mais segura.

Após ativar a confirmação em duas etapas o usuário poderá adicionar seu endereço de e-mail, o que permite que o WhatsApp envie um link para que você possa redefinir seu PIN e, consequentemente, manter sua conta segura.

Para ajudar você a lembrar do seu PIN, o WhatsApp solicitará que você insira seu PIN periodicamente.

Importante explicar que o PIN é um código diferente da senha de seis dígitos de confirmação, àquela que os criminosos pedem no golpe para ter acesso ao aplicativo, que o usuário recebe por mensagem no aparelho celular.

Fui vítima, como recuperar o WhatsApp?

Se perdeu o acesso ao seu WhatsApp, abra o aplicativo novamente, preencha com seu número de telefone e aguarde novo código de confirmação. Em seguida, siga os passos de cadastro solicitado pelo próprio aplicativo.

Porém, se por algum motivo a reativação não der certo, comunique imediatamente ao suporte do WhatsApp que sofreu um golpe. Isso pode ser feito por meio de e-mail ao endereço: [email protected].

No campo de assunto preencha com Perdido/Roubado. Na descrição da mensagem solicite a desativação da conta e inclua o número completo no formato internacional, começando com +55 DDD e o número do celular.

A conta será desativada dentro de alguns dias e a vítima terá um mês para reativar novamente.

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