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O primeiro jornalista indígena de Mato Grosso morreu em decorrência da Covid-19, em Cuiabá, nesta terça-feira (1°). Vítor Aurape Peruare, de 70 anos, era um líder da Aldeia Pakuera, terra indígena Bakairi, em Paranatinga, a 411 km de Cuiabá.
Em nota, a Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Mato Grosso (FEPOIMT) lamentou o falecimento do profissional.
A filha de Vitor, Marileia Taiua Peruare, contou ao G1 que o pai já tinha tomado as duas doses da vacina Coronavac e se sentia bem. A segunda dose foi aplicada em abril, segundo ela.
“Parecia bem. No domingo (23) de manhã assistiu a final do jogo do Cuiabá e torceu muito, parecia estar disposto, mas, à noite, sentiu falta de ar. O levamos ao hospital e ele já ficou internado”, contou.
Vítor passou quatro dias internado em Canarana, a 833 km da capital. Já na quinta-feira (27) foi encaminhado para Cuiabá de UTI aérea.
Nesta terça-feira (1°), ele não resistiu e morreu.
“Meu pai cumpriu a missão dele. Ajudou a garantir os direitos dos povos indígenas junto com outras lideranças. Espero que as novas geração saibam valorizar”, disse Marileia.
Vitor era mestre em Sustentabilidade pela Universidade de Brasília (UNB), foi servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai), atuou no Museu Marechal Rondon na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e sempre foi um importante colaborador nas discussões sobre a criação da FEPOIMT.
Na política indígena em Mato Grosso, ele atuou em favor dos direitos dos povos indígenas.
