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APONTA ESTUDO

População jovem deve cair para 17% nos próximos 40 anos em MT

Vitor Santana/G1

A taxa de jovens em Mato Grosso deve diminuir de 26,1% para 17,9% da população nos próximos 40 anos. Os dados são de uma projeção feita no Atlas das Juventudes, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e outras instituições.

De acordo com o Atlas, a taxa de juventude de 15 a 29 anos, deve cair 8,2 pontos percentuais no estado, projeção menor que a média nacional: o índice de jovens no Brasil deve cair 9,9 pontos percentuais, passando de 25,2% para 15,3% da população brasileira.

Segundo o estudo, ter uma grande fatia da população em idade de trabalhar é uma condição favorável para elevar a renda per capita da região.

A descida mais íngreme da onda jovem e o fim antecipado do bônus podem até contribuir um pouco para que o país consiga voltar a gerar empregos em um número suficiente para absorver a mão de obra disponível nos próximos anos.

“Se isso acontecer, poderemos voltar à discussão mais confortável sobre os riscos de uma falta de mão de obra no país. Seja qual for o cenário econômico, a necessidade de qualificar melhor a mão de obra jovem persiste”, diz trecho do estudo.

O Atlas aponta que Mato Grosso não desce a ‘onda jovem’ sozinho. Outros estados devem registrar quedas ainda maiores, como é o caso do Sergipe, que irá cair de 27,6% para 16,7%, reduzindo 10,9 pontos percentuais.

Mapa mostra redução da proporção de jovens ao longo dos anos nos estado. Quanto mais clara a cor, menor é a taxa de juventude. — Foto: Atlas das Juventudes

Mapa mostra redução da proporção de jovens ao longo dos anos nos estado. Quanto mais clara a cor, menor é a taxa de juventude. — Foto: Atlas das Juventudes

Maranhão deverá ter queda de 11,4 pontos percentuais e Ceará, redução de 12 pontos percentuais.

Apesar da queda, o ranking brasileiro aponta que Mato Grosso deve ter uma das menores redução da população jovem em relação à população total no país. Isso porque, até 2015, o estado estava em 15° lugar no ranking de população jovem.

No entanto, de acordo com a projeção, até 2060, o estado será o 5° com a maior população jovem do país, avançando dez posições.

No ano 2000, a pesquisa aponta que a proporção de jovens em Mato Grosso era de 29,7% e o estado estava em 8º lugar no ranking nacional, caindo sete posições em 2015.

FGV Social a partir das estimativas e projeções do IBGE (2018) — Foto: Atlas das Juventudes

FGV Social a partir das estimativas e projeções do IBGE (2018) — Foto: Atlas das Juventudes

De acordo com o Atlas das Juventudes, em 2009 o ápice de jovens foi atingido e desde 2014, passou a diminuir lentamente ano após ano.

Os demógrafos acreditam que esse número passe a cair mais rapidamente a partir da próxima década. A pandemia é um novo dado a ser considerado, seja a queda de natalidade associada nas projeções absolutas, seja a própria redução de expectativa de vida dos mais velhos nas projeções relativas.

Perfil dos jovens

As pesquisas domiciliares permitem destacar algumas características e situações mais frequentes entre os jovens. A ‘taxa de juventude’ é bem maior do que a média, por exemplo, nos domicílios que têm telefone celular e computador com internet, mas é muito menor do que a média entre os possuidores de telefone fixo e aparelho de rádio.

Quando trabalham, os jovens raramente contribuem para a previdência. A taxa de juventude sobe entre os que são empregados de alguém sem carteira assinada e cai entre os servidores públicos e os empreendedores, sejam os que empregam outras pessoas ou mesmo os que trabalham por conta própria.

É mais raro encontrar jovens entre os dirigentes de empresas, mas é fácil encontrá-los entre os que atuam em ocupações técnicas de nível médio. Os jovens de hoje tornaram-se raros em serviços domésticos e atividades agrícolas, assim como são na administração pública.

Por outro lado, é mais fácil vê-los em serviços administrativos, comércio, forças armadas, alojamento e alimentação, indústria de transformação, reparação e manutenção ou construção.

taxa de jovens é mais alta entre as pessoas na metade da população com menor renda domiciliar per capita.

É mais fácil encontrá-los e morando nas favelas em domicílios com nenhum ou no máximo um banheiro. Por outro lado, domicílios com motocicleta têm alta taxa de juventude.

Motos têm a ver com jovem, assim como acidentes de trânsito, infelizmente. Os números da pesquisa detalham esses traços e mostram como alguns deles têm mudado ao longo do tempo.

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