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ESPORTES

Narração feminina: ‘Estão imitando os homens’, diz ex-narrador da Globo

Reprodução

Famoso por suas narrações esportivas, tanto no futebol, MMA, judô e atualmente no automobilismo na Band, o jornalista Sérgio Maurício concedeu uma entrevista exclusiva ao iG Esportes, na última quinta-feira (23), e falou, dentre outros assuntos, sobre a ascensão de mulheres no campo das narrações esportivas.

Na oportunidade, ele elogiou o fato que cada vez mais mulheres estejam encontrando seu espaço, porém, deu um conselho às narradoras que estão começando a trilhar esse caminho.

“A narração feminina está sendo introduzida aos poucos na televisão. No rádio já tentaram, muito lá traz, e não foi bem sucedida. A narração se faz por si só necessária porque é uma porta de abertura para profissionais de comunicação. De uns três anos para cá alguma emissoras estão tentando fazer essa experiência (na narração). Acho muito legal e muito bacana. Só tenho uma ressalva a fazer em relação à forma que elas estão narrando. Elas estão narrando imitando os homens.

Acho que elas têm que criar uma identidade de narração feminina e não imitando os homens, pois tenho sentindo muito nas narrações e me dá impressão que elas estão quase forçando uma barra para narrar dessa forma. Não acho que seja a forma que elas tem que narrar”, afirma.

O jornalista, porém, acredita não se ter ainda uma forma já estabelecida. “Não sei qual é a fórmula correta, mas há de se encontrar um lugar bom para que elas possam fazer as transmissões. Falei isso com a  Isabelly Morais lá na Band e deu uns toques em relação a certas coisas que acho que ela deveria fazer. É importante passar nossa experiência para elas que estão chegadno agora. Mas, acho demais, muito legal que as mulheres tenham esse espaço, e não só narrando futebol, mas outros esportes. É fundamental para se ter uma sociedade mais igualitária e acessível a todo mundo”, apontou.

O narrador fez também um paralelo comparando os tempos passados com os atuais e refletindo como a mulher vem ganhando cada vez mais espaço na área. “Nos anos 70, até o meio dos 80, a gente jamais pensou em ver uma mulher apresentando, as mulheres apresentavam, quando muito, o Jornal Hoje”, relembrou.

Por fim, Sérgio considera que muito das críticas às narradoras se devem a falta de alguém para se espelhar, já que é um ambiente era até agora dominado por homens.

“Isso é um processo natural, elas tinham que se espelhar em quem? Nos grandes narradores esportivos homens, que até hoje tinham o domínio do mercado. Eu tenho certeza que o público feminino vai se interessar ainda mais em acompanhar o esporte por causa das narradoras”, concluiu.

Além desse tema, Sérgio Maurício comentou sobre a sua carreira, sobre a volta das transmissões de Fórmula 1 à Band, a origem de seus bordões e momentos marcantes em sua carreira. A entrevista completa está disponível no canal do Youtube do Portal iG Esportes.

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