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QUESTÃO DE SAÚDE

Mulher trans pede apoio de Vidal para aprovar projeto transexualizador

Da assessoria

O vereador Sargento Vidal (Prós) convidou a jornalista Hadassah Luz, que é uma mulher trans, para expor, durante a Tribuna Livre da sessão ordinária desta terça-feira (13/07), na Câmara de Cuiabá, algumas situações de perigo na questão da saúde que muitas pessoas trans passam em seu dia a dia com automedicações, suicídios, automutilações, entre outros fatores.

Vidal ainda aproveitou para convidar os parlamentares e o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) para participarem da Audiência Pública que será realizada nesta quarta-feira (14/07), ás 14h, ao vivo no Facebook, Youtube e site da Câmara de Cuiabá, onde será debatido o Projeto de Lei que busca habilitar o Hospital Municipal de Cuiabá junto ao Ministério da Saúde como ambulatório e hospital para tratamento transexualizador para pessoas trans e travestis tendo como convidados técnicos da saúde e pessoas do segmento LGBTQIA+. Ele pediu apoio dos colegas para que olhem com sensibilidade para estas pessoas que vivem diariamente em uma situação de risco.

“Hoje eu trouxe aqui uma trans, a senhora Hadassah Luz para falar sobre os problemas que enfrentam os LGBTQIA+ aqui em Mato Grosso e amanhã, pedi e essa Casa aprovou, será realizada uma Audiência Publica sobre este mesmo tema, ouvindo 12 pessoas já devidamente inscritas, inclusive, com participante de fora do Estado. São técnicos de saúde e pessoas trans que vivem essa situação. Então, é de extrema importância essa Audiência Pública e quero convidar a todos os vereadores para se fazerem presentes de forma online. É de extrema importância que o nosso prefeito venha a habilitar o HMC junto ao Ministério da Saúde para que possamos atender de forma humana e igualitária todos os segmentos do LGBTQIA+”, finalizou.

Em sua fala, Hadassah destacou que o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo e Mato Grosso é o estado mais violento no país quando se fala em transgêneros e que a expectativa de vida dessas pessoas é de 35 anos. “Eu tenho 34, será que daqui seis meses estarei viva para lutar por algo melhor? Creio que essa luta, essa dor não é só minha, pois muita gente sofre com o abandono. Muitas vezes acabam se colocando em situações de risco com a automedicação que pode causar inúmeras doenças como câncer, trombose e várias outras que se eu fosse elencá-las passaria o dia inteiro aqui, pois a lista é extensa. Então eu gostaria muito de pedir o apoio de todos vocês nessa luta que o vereador Sargento Vidal abraçou, ele tem sido nosso representante agora nesse segmento”, destacou.

Hadassah iniciou o seu processo de transição há um ano e meio por conta própria devido à pandemia e por não conseguir acesso a consultas e exames, a jornalista passou a se automedicar baseada em informações que buscou com outras trans que conheceu em seu trajeto e que passam pela mesma dificuldade de não ter um atendimento adequado na Saúde, além da falta de emprego que encaminham muitas à prostituição expondo-as a violência constante e doenças.

“Nesse tempo todo tenho passado por muitas dificuldades por não conseguir às vezes ter condições de comprar o remédio. Creio que muitas outras passam também por isso por não conseguirem empregos ainda mais em uma pandemia. O atendimento médico eu consegui neste ano e mesmo assim não foi suficiente, pois os profissionais não estão habilitados para atender essa necessidade, fiz a consulta, exames, mas não adiantou de nada e justamente por isso precisamos da habilitação do HMC junto ao Ministério da Saúde para que essa população trans, que está à margem da sociedade, tenha o mínimo de dignidade no tratamento e recebam uma atenção adequada a saúde. É claro que eu gostaria de falar muitas outras coisas, trazer tudo à tona, mas é muito pesado, muita dor, muito sofrimento para falar em um curto espaço de tempo. Só quem vive a realidade da depressão, da automutilação porque muitas não tem condições de ter um tratamento adequado e acabam se automutilando. Então necessitamos disso, de um hospital que nos atenda e tenho certeza que não estamos pedindo nada além do que já é ofertado”, pontuou.

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  • 14 de julho de 2021 às 12:45:56