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APONTA IBGE

Setor de serviços cresce 1,2% em maio e volta a superar nível pré-pandemia

G1 / DARLAN ALVARENGA E DANIEL SILVEIRA
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Reza Estakhrian/Getty Images/Getty Images

O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 1,2% em maio, na comparação com abril, apontam os dados divulgados nesta terça-feira (13) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o setor voltou a superar o nível em que se encontrava antes da pandemia, ficando 0,2% acima do patamar de fevereiro de 2020, refletindo a maior flexibilização das medidas restritivas que tinham sido adotadas em razão do agravamento do número de casos de Covid-19.

Foi o maior resultado para um mês de maio, na comparação com abril, de toda a série histórica da pesquisa. Na comparação com maio do ano passado, o setor avançou 23%, a terceira taxa positiva seguida e também a mais intensa da série histórica, iniciada em 2011.

No acumulado de janeiro a abril, o setor tem alta de 7,3%. Em 12 meses, porém, ainda está negativo, com perda de 2,2%.

Economia/G1

O setor de serviços é o que possui o maior peso da economia e o que mais emprega, e tem sido o mais afetado pelas medidas de restrição para conter o avanço da pandemia de coronavírus.

Esta é a segunda vez no ano que o setor retoma o patamar pré-pandemia. Em fevereiro, os serviços chegaram a alcançar um patamar 1,2% acima do verificado em fevereiro de 2020, antes de voltar a cair em março.

O resultado veio um pouco abaixo do esperado. A mediana das estimativas de 16 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, era de expansão de 1,3% na comparação com abril. O intervalo das projeções ia de alta de 0,3% a 3%.

Setor ainda não recuperou perdas de março

“Com dois meses seguidos de resultados positivos, o setor acumulou alta de 2,5%, ainda insuficiente para recuperar as perdas de março (-3,4%), mas dá sinais de aquecimento na maior parte dos seus segmentos de atividades. Mesmo assim, ainda se encontra 11,3% abaixo do recorde histórico, alcançado em novembro de 2014”, destacou o IBGE.

O gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, lembrou que em fevereiro de 2020 o setor de serviços operava 11,5% abaixo do ponto mais alto da série. “São patamares similares, mas obviamente o setor de serviços agora é outro, já que algumas atividades perderam participação, enquanto outras, ganharam”, destacou.

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Avanço em 3 das 5 grandes atividades

Das cinco grandes atividades investigadas pela pesquisa, 3 tiveram crescimento em maio, com destaque para os segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (3,7%) e de serviços prestados às famílias (17,9%).

No acumulado em 12 meses, no entanto, os serviços prestados às famílias ainda acumulam queda de 27,9%.

“A atividade de serviços prestados às famílias, no entanto, continua muito distante do patamar pré-pandemia: 29,1% abaixo. A de serviços profissionais, administrativos e complementares, que teve alta de 1,0% em maio, também não se recuperou ainda, estando 2,7% abaixo do nível em que se encontrava em fevereiro de 2020”, explicou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Veja abaixo a variação dos subgrupos de cada uma grandes atividades em maio:

  • Serviços prestados às famílias: 17,9%
  • Serviços de alojamento e alimentação: 18,0%
  • Outros serviços prestados às famílias: 5,5%
  • Serviços de informação e comunicação: -1,0%
  • Serviços de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC): -1,6%
  • Telecomunicações: 0,0%
  • Serviços de Tecnologia da Informação: -1,9%
  • Serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias: 2,0%
  • Serviços profissionais, administrativos e complementares: 1,0%
  • Serviços técnico-profissionais: 1,3%
  • Serviços administrativos e complementares: 1,5%
  • Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: 3,7%
  • Transporte terrestre: 3,3%
  • Transporte aquaviário: -3,3%
  • Transporte aéreo: 60,7%
  • Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: 3,6%
  • Outros serviços: -0,2%

Serviços prestados às famílias ainda distante da recuperação

Embora tenha sido a atividade com maior crescimento em maio, os serviços prestados às famílias ainda estão muito distantes do patamar pré-pandemia – se encontram 29,1% abaixo do registrado em fevereiro de 2020.

Já os serviços de tecnologia da informação foram os que apresentaram a melhor recuperação até então, operando 25,8% acima do patamar de fevereiro do ano passado.

Das 17 atividades investigadas pelo IBGE, nove haviam superado o nível pré-pandemia em maio. Veja no gráfico abaixo.

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Resultado por estados

Regionalmente, 23 das 27 unidades da federação registraram expansão em maio, na comparação com abril. O impacto mais importante veio de São Paulo (2,5%), que é também a localidade que tem maior peso no índice geral.

Outros destaques positivos foram Bahia (8,6%), Minas Gerais (2,1%) e Distrito Federal (3,7%). Por outro lado, Tocantins (-2,9%), Mato Grosso (-0,4%), Piauí (-1,9%) e Rondônia (-0,8%) registraram queda.

Índice de atividades turísticas sobe 18,2% frente a abril

O índice de atividades turísticas saltou 18,2% em maio, na segunda taxa positiva consecutiva, acumulou um ganho de 23,3%.

“Esse avanço recente recupera boa parte da queda de 26,5% observada em março, que foi um mês com maior número de limitações ao funcionamento de determinados estabelecimentos. Contudo, o segmento de turismo ainda necessita crescer 53,1% para retornar ao patamar de fevereiro do ano passado”, destacou Lobo.

Perspectivas

Assim como o setor de serviços, a indústria e o comércio também avançaram em maio, confirmando a expectativa de aceleração da recuperação da economia brasileira no segundo trimestre.

“O resultado é positivo e indica que a reabertura em parte já está criando avanço econômico. Com este resultado muito provavelmente deveremos ter dados positivos amanhã no IBC-Br e reforçar a perspectiva de melhora, mesmo que sob bases ainda baixas, da economia local”, avaliou o economista -chefe da Necton, André Perfeito.

A produção industrial teve alta de 1,4% em maio após uma sequência de 3 quedas mensais. As vendas do varejo também cresceram 1,4% em maio, no 2º mês consecutivo de alta.

Sondagem da FGV mostrou que o Índice de Confiança Empresarial (ICE) continuou em alta em junho, atingindo o maior nível desde dezembro de 2013.

O mercado financeiro projeta atualmente um crescimento de 5,26% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2021. Já para a inflação oficial do país, a expectativa é de alta de 6,11% no ano.

Economistas têm destacado, porém, que uma recuperação mais consistente continua condicionada ao avanço da vacinação e também de uma melhora do mercado de trabalho e do aumento da massa salarial de rendimentos dos trabalhadores.

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