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DIFICULDADES

Custo para manter a pecuária de corte aumenta cerca de 150%

TV Morena/Reprodução

A alta no custo da criação de gado tem preocupado os produtores que criam os animais para abate, em Mato Grosso. Além dos impostos, houve aumento no preço da ração e dificuldades para atender a todas as exigências das instituições de controle sanitário.

De janeiro a junho deste ano, o estado exportou 168.668 mil toneladas de carne.

Mato Grosso detém o maior rebanho bovino do país e é o segundo estado que mais exporta.

O pecuarista Aldo Telles cria cerca de 2.700 cabeças de bovinos e búfalos em uma propriedade rural em Santo Antônio de Leverger e, ao todo, é responsável por mais de 20 mil animais em outras propriedades no estado.

“Para você ter uma ideia, até o dia 5 de julho, nós pagamos R$ 285 mil em impostos para o governo. Nós usamos tudo o que é possível, tudo que é necessário, exigido nas leis do Indea (Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso) nós aplicamos. Aplicamos todas as vacinas necessárias para que a gente tenha um rebanho eficiente e possa estar em condições de exportação e também com o meio ambiente e com o bem estar animal”, afirmou.

Além da questão sanitária e dos impostos que precisam estar em dia, de um ano e meio para cá, os criadores têm sofrido com o aumento do preço das rações.

Na fazenda de Aldo Telles, por exemplo, o custo para manter a atividade aumentou em torno de 150%, enquanto o preço de venda da arroba do animal subiu cerca de 80%, ou seja o lucro diminuiu.

“Você tem que ter muito mais eficiência para não sair do mercado. Se você for uma pessoa que não tem tecnologia (emenda) hoje não tem como uma pessoa começar um trabalho de confinamento e semiconfinamento porque o custo do arroba ficaria mais caro do que a arroba que nós estamos produzindo”, explicou o pecuarista.

Assim como Aldo, a maioria dos pecuaristas trabalha para que Mato Grosso amplie os mercados pelo mundo.

Neste mês o Indea emitiu uma nota que preocupou os criadores: 17 bovinos contrabandeados da Bolívia foram flagrados em um veículo, sendo transportados em território brasileiro, próximo à fronteira.

Os animais foram sacrificados por falta de certificação em saúde animal e do protocolo de comércio internacional.

“Suspeitamos que o preço, o atrativo do bezerro no país vizinho levou alguns produtores a realizar essa importação indevida e o Indea tem feito a suspensão de vários cadastros de algumas propriedade e continua fazendo o processo de investigação sanitária”, disse o diretor técnico do Indea, Renan Tomazele.

Hoje para comprar um bezerro para engorda, o criador de Mato Grosso pode gastar em torno de R$ 3.600. Pelo animal vindo de fora do país de forma ilegal, o valor seria de pouco mais de R$ 2.200. Há 25 anos Mato Grosso é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde Animal como livre de febre aftosa com vacinação.

A entrada clandestina de gado no país coloca em risco esse status e pode afetar todo o mercado da pecuária brasileira.

“Nós não temos ideia do controle, como que esses animais foram criados e a gente pode colocar em risco tanto a nossa defesa sanitária, como também com prejuízos fiscais através de sonegação de impostos. Combater esse descaminho é uma tarefa árdua, mas é fundamental para a garantia das nossas exportações e a garantia da qualidade e da sanidade de todo o nosso rebanho”, disse Francisco Manzi, diretor técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).

São cerca de 740 km de fronteira seca entre Mato Grosso e Bolívia, o que dificulta a fiscalização. A Associação dos Criadores e o Indea pretendem marcar uma reunião com autoridades bolivianas na fronteira para traçar estratégias de fiscalização.

A fiscalização da linha de fronteira é feita pelas equipes de barreiras volantes e vigilância veterinárias. Veículos são abordados nessa linha de fronteira. É verificada a documentação sanitária, além da inspeção de animais nas propriedades, aonde realizam o embarque e desembarque de bovinos.

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