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DESIGUALDADE

População pede ossinhos e magistrados pedem vale refeição de R$ 1.773

DA REDAÇÃO / LUIZA VIEIRA
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Reprodução

Mato Grosso está inserido em um cenário devastador e de pura miséria no que tange a questão da alimentação da população de baixa renda. A fome assola, e se agravou durante o período de pandemia e recessão econômica. Todavia, os órgãos públicos vêm se fartando e até cobrando uma fatia ainda mais gorda no período de crise, enquanto a parte esquecida da sociedade se enfileira em busca de doações de ossinhos na tentativa de manter uma sobrevida.

A situação da população que aguarda em um açougue, doações de ossinhos no bairro CPA II, foi motivo de comoção nacional durante o fim de semana. As condições precárias na alimentação chocam telespectadores, entretanto, a indignação é apenas temporária para grande parte da sociedade.

Por outro lado, a Associação Mato-grossense de Magistrados (Amam) cobra que o valor do seu auxílio alimentação, que atualmente é de R$ 1.150 passe a montantes de R$ 1.773, para que assim se acompanhe o valor referente ao subsídio de 5% recebido por desembargadores. Os quais recebem extras de até, pasmem, R$ 274 mil e outros benefícios.

Se para o alto escalão mato-grossense está sendo complicado conciliar e acompanhar as constantes elevações nos preços de alimentos, já que reivindicam por aumento, há de se pensar nas dificuldades daqueles que dependem do Auxílio Emergencial concedido pelo governo federal, como única fonte de renda, com parcelas que não ultrapassam R$ 375 mensais atualmente.

O carrinho fica cada vez mais vazio e o percentual de pessoas à deriva só aumenta. Em Cuiabá, por exemplo, o número de famílias em situação de extrema pobreza cresceu 70% em oito anos, segundo dados da Secretaria Estadual de Assistência Social e Cidadania, com base no Cadastro Único (CadÚnico). A capital do agronegócio, e o estado que rende 20% de Produto Interno Bruto (PIB) para todo o país, não é capaz de tirar a fome de sua população.

Vale Covid do MPMT

“Nem só de pão viverá o homem”, há outras despesas como energia elétrica, água, gás de cozinha, higiene, vestuário, que engolem a pequena parcela oferecida pelo governo. E se adoecer? Só piora. Piora um pouquinho menos para os funcionários do Ministério Público de Mato Grosso, afinal, eles se garantem com o “Vale Covid” validado em março deste ano. Os membros do órgão ministerial recebem R$ 1 mil  para sanar despesas e os demais servidores R$ 500.

Poucos com muito e muitos com nada, e assim essa máxima de desigualdade se perpetua ao longo de uma cadeia. Até quando a responsabilidade e o dever de se defender o coletivo e o melhor para toda a população será ofuscado pelo desejo individual e pelo interesse próprio daqueles que em tese deveriam sanar as necessidades mínimas da sociedade?

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  • 28 de julho de 2021 às 17:40:27
  • 28 de julho de 2021 às 17:37:26