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IMPACTOS

País pode enfrentar racionamento de energia, diz presidente da Abraceel

METRÓPOLES / TALITA LAURINO
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Igo Estrela / Metrópoles

Se o volume de chuva for abaixo da média histórica de 30%, o país pode enfrentar um racionamento de energia ainda neste ano, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraacel), Reginaldo Medeiros, ao Metrópoles.

O baixo volume de chuvas na região dos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste, que são responsáveis por 70% da geração de energia no Brasil, vem preocupando especialistas. Essa também é a principal razão para a disparada da tarifa de luz.

Em julho, o Ministério de Minas e Energia elevou as estimativas quanto ao gasto com as usinas termelétricas, que precisaram ser acionadas após o enfraquecimento das usinas hidrelétricas. De acordo com a pasta, o valor será de R$ 13,1 bilhões para os consumidores, o que representa 45% de aumento em relação aos R$ 9 bilhões previstos em junho.

Com isso, a cada 10 brasileiros, oito já sentem o impacto no bolso e consideram o preço da energia elétrica caro ou muito caro. É o que aponta um estudo da Abraacel, divulgado nessa terça-feira (3/8). Foram realizadas 2.081 entrevistas em todo o Brasil, distribuídas em cerca de 130 municípios.

De acordo com a pesquisa, a percepção sobre o preço da energia ser muito caro é maior entre os brasileiros economicamente ativos (PEA), que gostariam de gerar energia em casa, e que querem escolher a empresa fornecedora de energia.

Segundo o presidente da associação, Reginaldo Medeiros, o consumidor de renda média é o mais prejudicado pelo aumento dos preços, uma vez que 25% dos brasileiros (os de menor renda) têm tarifas subsidiadas.
“Costumam comparar o preço da energia brasileira com o de outros países. Mas se pegarmos como exemplo a Alemanha, que possui uma tarifa mais cara, percebe-se também que a renda desse país é muito mais alta do que a renda no Brasil. A comparação não faz sentido”, afirmou ao Metrópoles.
Vilão

O relatório aponta que os impostos são vistos como o principal vilão para o preço da energia ser caro no Brasil. Na avaliação de Medeiros, entretanto, o real motivo é a falta de concorrência entre empresas fornecedoras de energia.

“As empresas que têm o monopólio ganham o mercado. Não há liberdade do consumidor. No mundo, atualmente, as pessoas são donas de sua vida energética. Consumidor escolhe o fornecedor como o brasileiro escolhe a telefonia celular”, disse o presidente.

Ainda de acordo com ele, no Brasil, há 1,5 mil empresas que vendem energia. “Apenas grandes consumidores, com conta de luz superior a R$ 90 mil, têm o poder de escolher a energia. Nos outros países são todos os consumidores. O Brasil está em 54º lugar em termos de abertura de mercado”, completou. O relatório revela que “poder escolher a empresa fornecedora” é algo desejado por 80% dos brasileiros.

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