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EPISÓDIO RACISTA

Associações cobram que Studio Z e shopping paguem R$ 40 milhões

DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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RepórterMT

As entidades de Educação e Cidadania de Afrodescentes e Carentes (Educafro) e o Centro Santo Dias de Direitos Humanos, as duas de São Paulo, acionaram a Justiça mato-grossense contra a empresa Studio Z e o Pantanal Shopping por atos de racismo cometidos na loja. A parte dos pedidos, às entidades também pedem a condenação de indenização por danos morais coletivos e danos sociais no valor de R$ 40 milhões.

A ação está relacionada ao caso do servidor público Paulo Arifa, o qual em junho deste ano foi vítima de racismo, sendo constrangido na loja. Consta que Paulo comprou um sapato, e pagou com uma nota de R$ 100, e recebeu R$ 20 de troco. Ainda no estabelecimento, ele calçou os novos sapatos e saiu. Todavia, foi abordado na porta da loja por um grupo de cinco seguranças e uma vendedora, que o acusaram de ter furtado os sapados.

A vítima disse que ficou muito envergonhado e, por conta do nervosismo, não conseguiu localizar a nota fiscal do produto. Ele tentou justificar os R$ 20 de troco, entretanto, os seguranças não consideraram uma prova e se recusaram a liberá-lo. O homem só conseguiu deixar a loja depois que contou a situação para sua chefe, que foi ao shopping e pediu que o liberassem.

Conforme o processo, o servidor foi empurrado por um dos seguranças que insistiam para que ele fosse até uma sala reservada. A vítima acabou pisando em falso e torceu o tornozelo.

Horas depois, Paulo encontrou a nota fiscal no bolso da bermuda que estava usando na ocasião e voltou ao shopping com sua chefe para mostrar que não havia roubado o sapato. Todavia, ouviu da administração que os seguranças “cumpriram o procedimento operacional padrão”.

Após o caso de constrangimento, a loja reconheceu a situação e afirmou ter afastado os seguranças. Mas, na visão das entidades, o caso se tratou de um ato de racismo. Citam, ainda, que a conduta ainda se configura constrangimento ilegal.

“Assim, não é preciso que a violência seja expressamente decorrente de ódio ou discriminação racial para se lhe reconheça o caráter racista: basta que ela se revele como reprodutora da violência sistêmica que comprovadamente se abate sobre a afrodescendência brasileira”, anotaram.

As entidades destacaram que a condenação por danos morais coletivo e social é se faz essencial uma vez que o ato dos agentes de segurança e da empresa não são apenas “à figura do negro submetido a tratamento cruel e degradante”, mas de uma mensagem pública que tinha objetivo de chocar a sociedade.

Entre os pedidos feitos às empresas acionadas também estão a revisão dos contratos de terceirização da segurança, para exigir um treinamento rigoroso dos vigilantes; a inserção de cláusulas antirracistas em todos os contratos com fornecedores e prestadores de serviços das empresas; a revisão imediata dos protocolos de abordagens de segurança no interior das lojas; e o investimento de 10% do lucro anual da empresa em instituições negras de combate ao racismo.

A parte dos pedidos, as entidades também pedem a condenação de indenização por danos morais coletivos e danos sociais no valor de R$ 40 milhões. O valor deve ser revertido para um fundo social.

Outro lado

Por meio de nota, o Pantanal Shopping informou, na manhã desta terça-feira (17), que não comenta ações e decisões judiciais em andamento e que está à disposição da justiça para prestar todos os esclarecimentos necessários.

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Um comentário em “Associações cobram que Studio Z e shopping paguem R$ 40 milhões”

  1. jose eduardo disse:

    absurdo, exagero

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  • 18 de agosto de 2021 às 11:43:29