DA REDAÇÃO / LUIZA VIEIRA
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O Brasil enfrenta o embargo de 51 dias nas exportações de carne bovina para um dos maiores compradores da proteína animal em todo o mundo, a China. Com isso, a produção no país precisou cessar, o preço do boi gordo no campo despenca, mas ainda não há reflexos desta queda nas prateleiras dos supermercados. Para a economia em geral, as consequências desta suspensão pode acarretar em problemas ainda maiores caso não seja solucionada o quanto antes.
Sobre isso, a redação do site Mato Grosso Mais conversou com o economista, Vitor Galesso, visando entender quais os impactos deste embargo, que foi motivado por suspeitas de casos de vaca louca em Minas Gerais e Mato Grosso ainda em setembro. O especialista afirma que caso a situação seja prorrogada, cabe ao governo brasileiro tomar medidas cabíveis.
“A primeira coisa que a gente precisa entender é que a China como um todo, corresponde ao maior mercado consumidor da nossa carne. Estamos falando de praticamente 50% de toda a carne bovina exportada pelo Brasil. Uma suspensão traz um alerta muito grande. Mas não significa que nós vamos estar fechados. Significa, um susto grande se não houver uma reação por parte do governo, se não houver abertura, se não houver uma negociação, uma solução para o caso, aí realmente, é um indicativo de uma redução nas exportações. Não que caia na mesma medida desses 50%, mas cai em grande parte e acaba tendo aí uma sobra de carne no mercado interno e certamente os empresários vão buscar outros mercados globais, para resolver a questão da falta do comprador“, explica.
No campo, o preço do boi chegou a custar na quarta-feira (20) seu menor valor no ano: em R$ 262,90, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP. Frente a isso, resta saber, o preço da carne para o consumidor pode diminuir, uma vez que os preços no campo sofrem desvalorização?
“Ocorre que a queda de preço ela vai ocorrer em médio-longo prazo e ela depende além da questão desse mercado chinês de outros fatores e esses fatores estão trabalhando negativamente. Um deles é o preço dos combutíveis, está muito alto. A energia elétrica , com um preço muito elevado. Então toda essa inflação gerada, faz com que o preço na gôndula demore um pouco a cair. O empresário quando vê o preço caindo no atacado, ele procura manter o preço na gôndula na medida do possível para aumentar sua margem de lucro e ele demora um pouco a reduzir os preços tentato vender com melhor preço possível, o mais caro possível para a população” destaca Galesso.
