A fala da deputada Janaína Riva (MDB) durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativo de Mato Grosso nesta quarta-feira (24), deu a entender que a parlamentar desconfia que o atual secretário estadual de saúde, Gilberto Figueiredo (DEM) está utilizando a máquina pública para que em 2022 também se torne deputado estadual. Por conta de um seletivo relâmpago que visa contratar 1000 servidores para a pasta e a falta de compreensão em algumas licitações, a Casa de Leis convocou por unanimidade a presença do secretário no núcleo parlamentar.

 A deputada afirmou não saber o porquê da necessidade de tantas contratações e destacou que o gestor filiado ao democratas, o qual já confirmou sua presença na disputa ao plenário estadual em 2022 não pode utilizar a máquina pública em seu favor. A parlamentar defendeu ainda o afastamento de Gilberto de suas funções, já que de acordo com ela, a permanência do secretário na pasta feriria preceitos morais e deixaria a competição ao pleito, desigual.

“Até onde eu sei, nem no regional de Rondonópolis e nem no Metropolitano de Várzea Grande estava faltando pessoas para trabalhar, eu não acredito que estava faltando ao ponto de ter que chamar mil de uma vez só, faltando um ano para as eleições e o secretário sendo candidato. Por isso que a gente tá defendendo que secretário tem que sair esse ano, pode não ser o que está previsto na lei, mas é o que é moral, o secretário sair em dezembro para não utilizar a máquina pública para compra de apoio, para apadrinhamento político. A Assembleia não pode deixar isso acontecer e fingir que não está vendo. A nossa preocupação é essa. A disputa tem que ser igualitária e pra ser igualitária quem tem mandato, tem mandato. E, quem não tem, não tem“, finalizou Janaína.

Acontece que no último feriado, dia (15), de acordo com Riva, houve um chamamento de 1000 trabalhadores da área da saúde que iriam atuar no Hospital Regional de Rondonópolis e no hospital Metropolitano de Várzea Grande. No entanto, a seleção para os cargos administrativos seria feita exclusivamente por currículo, sem comprovação de experiência na área. Situação essa que deixou os deputados em alerta.

“Análise de currículo eu coloco o que eu quiser, então não pode acontecer isso, principalmente em uma secretaria como a secretaria de saúde. Então, todos os deputados votaram por unanimidade e nós queremos que o secretário venha aqui, preste esclarecimentos, nós queremos saber o porquê, para quê, quanto custa, queremos entender todo esse processo e ver realmente se precisa de toda essa urgência para ser tratado com toda emergência“, destacou a parlamentar.

O presidente da Casa de Leis Max Russi (PSD) disse que pretende receber o secretário em plenário o mais breve possível, para que ele possa se explicar e evitar que outros parlamentares abram processo contra o gestor.

“A gente está discutindo ainda e espero que seja o mais rápido possível, existe uma satisfação grande por parte dos parlamentares na condução aí de várias ações da saúde e por isso os deputados fizeram essa convocação, uma série de questionamentos, de dúvidas em licitações, dúvidas em contratações, então os deputados falaram até em outro processo dentro da casa, mas antes de abrir qualquer processo de qualquer coisa, nada melhor que, eu acho mais certo a convocação realmente do secretário para que possa esclarecer os pontos antes de qualquer outro procedimento definitivo“, ponderou o presidente.

Ambos os deputados afirmaram que além do processo seletivo, outros fatores como licitações e ações da pasta serão questionadas.