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CESSAR FOGO

Conversas entre Ucrânia e Rússia começam na fronteira da Belarus

REUTERS/Carlos Barria

A delegação ucraniana chegou à área na fronteira com Belarus para negociações com a Rússia e as conversas já começaram, informou o governo da Ucrânia.

De acordo com um comunicado, a delegação inclui, entre outros, o ministro da Defesa, Oleksiy Reznikov, conselheiro do chefe do gabinete do presidente da Ucrânia, Mykhailo Podoliak, e o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Mykola Tochytskyi.

O presidente Volodymyr Zelensky não faz parte do grupo. O país exigiu um “cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas”, disse um comunicado da presidência ucraniana mais cedo.

Neste domingo (27), Zelensky recusou conversas com a Rússia em Belarus, afirmando que o país é cúmplice da invasão, mas deixou a porta aberta para negociações em outros locais. Em um acordo firmado mais tarde, os países optaram por se encontrar em uma região fronteiriça, perto do rio Pripyat, localizado ao norte do país ucraniano.

Alexander Lukashenko, presidente da Belarus, assumiu a responsabilidade de garantir que todos os aviões, helicópteros e mísseis estacionados em território bielorrusso permaneçam no solo durante a viagem, sem atividades.

Na última sexta-feira, em mensagem de vídeo, o presidente da Ucrânia pediu novamente conversas diretas com o líder russo Vladimir Putin. “Gostaria de me dirigir ao presidente da Federação Russa mais uma vez. Há combates em toda a Ucrânia agora. Vamos nos sentar à mesa de negociações para impedir a morte das pessoas”, disse Zelensky.

“Calmaria” em Kiev

A capital ucraniana teve uma noite “calma” neste domingo (27), disse o Conselho da Cidade de Kiev na manhã de segunda-feira (28) – mas as autoridades alertaram os moradores para permanecerem em casa enquanto os combates continuam.

“No geral, a noite passada foi calma, excluindo algumas brigas com grupos de sabotagem e reconhecimento. No entanto, a cidade estava ocupada preparando sua defesa. Veremos fortificações, armadilhas para tanques e outras estruturas defensivas que apareceram nas ruas de Kiev”, disse o conselho em comunicado.

Mercearias e transporte público em Kiev estão abertos desde às 8 h, horário local, embora o metrô funcione com menor frequência do que o normal.

Batalha em Mariupol

De acordo com a agência de notícias Reuters, houve combates em torno da cidade portuária ucraniana de Mariupol durante a noite passada. A informação teria sido passada por Pavlo Kyrylenko, chefe da administração regional de Donetsk, pela televisão nesta segunda-feira (28).

Ele não disse se as forças russas ganharam ou perderam terreno e nem forneceu números de baixas.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) convocou, neste domingo (27), uma reunião emergencial da Assembleia-Geral, com 193 países membros para tratar da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Reunião emergencial da Assembleia-Geral da ONU

O encontro será realizado nesta segunda-feira (28), enquanto aliados ocidentais intensificam uma campanha diplomática para isolar Moscou.

A votação do conselho de 15 membros foi processual para que a Rússia não pudesse exercer seu veto. Uma resolução convocando a sessão da Assembleia Geral foi adotada com 11 votos sim. A Rússia votou contra, enquanto China, Índia e Emirados Árabes Unidos se abstiveram. O Brasil foi a favor.

Espera-se que a Assembleia-Geral vote uma resolução semelhante na quarta-feira (1º), disse a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, ao Meet the Press da NBC neste domingo. Nenhum país tem direito a veto na Assembleia-Geral.

O que de mais importante aconteceu no final de semana

  • O prefeito da cidade de Berdyansk, na costa sul da Ucrânia, disse que as forças russas entraram e assumiram o controle da cidade
  • A Ucrânia e a Rússia concordaram em realizar um encontro na segunda-feira (28) na fronteira com Belarus para discutir o conflito, segundo o presidente Volodymyr Zelensky
  • O Conselho de Segurança da ONU aprovou a convocação de uma reunião emergencial da Assembleia-Geral da organização
  • O Ministério de Relações Exteriores do Brasil anunciou que cerca de 100 brasileiros ainda estão na Ucrânia e 80 já saíram do país
  • A Ucrânia resistiu e repeliu ataques da Rússia, em especial contra a capital Kiev, de acordo com o presidente do país
  • EUA, União Europeia, Reino Unido, Canadá e Japão decidiram excluir a Rússia do Swift, um sistema global de pagamentos
  • A União Europeia estabeleceu uma série de sanções contra a Rússia, como o fechamento do espaço aéreo para aeronaves do país
  • Ao falar sobre a guerra na Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o país opta pela “neutralidade”
  • O chefe do diplomacia da UE, Josep Borrell, anunciou que o bloco fará novas sanções contra a Rússia na segunda-feira, com foco na elite do país
  • A segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, foi palco de uma nova investida russa, com a explosão de um gasoduto
  • A Fifa proibiu a Rússia de usar hino, bandeira e sediar jogos
  • O enviado especial da CNN Mathias Brotero mostrou refugiados deixando Kiev rumo a Varsóvia em trens lotados
  • Milhares de manifestantes se reuniram na Europa para protestar contra ataque russo à Ucrânia
  • O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou que o país destinará mais de 2% do PIB para defesa
  • O governo ucraniano anunciou o fechamento de fronteiras com a Rússia e Belarus
  • Países da Europa anunciaram o envio de reforços e armas para a Ucrânia em meio à invasão da Rússia
  • Um prédio residencial em Kiev foi atingido por um míssil, em meio à investida russa contra a cidade
  • A Casa Branca cobrou da China uma condenação à invasão da Ucrânia pela Rússia

Google desativa temporariamente dados de tráfego ao vivo do Maps na Ucrânia

Google, da Alphabet, confirmou neste domingo que desativou temporariamente na Ucrânia algumas ferramentas do Google Maps que fornecem informações ao vivo sobre as condições do trânsito e a movimentação de diferentes lugares.

A empresa disse que tomou medidas para a segurança das comunidades locais no país, após consultar fontes, incluindo autoridades regionais. A Ucrânia está enfrentando ataques de forças invasoras russas.

Imagens de satélite mostram avanço russo em direção a Kiev

Enquanto os ucranianos continuam a repelir os avanços russos em Kiev, novas imagens de satélite mostram que um comboio militar russo de mais de 4,8 quilômetros de comprimento está em uma estrada que segue em direção à capital.

De acordo com Maxar, o comboio foi visto em imagens de satélite no domingo por volta das 10h56, no horário local, na estrada P-02-02 perto de Ivankiv, que fica a cerca de 60 quilômetros a noroeste da capital ucraniana. A estrada P-02-02 vai em direção a Kiev.

A Maxar identificou caminhões de combustível e logísticos, além de tanques, veículos de infantaria e artilharia autopropulsada que circulavam no comboio.

Ministério do Interior ucraniano atualiza número de civis mortos

O número de pessoas mortas na Ucrânia após a invasão russa é de 352 civis, afirmou o Ministério do Interior da Ucrânia neste domingo.

Pelo menos 14 dos mortos são crianças, segundo o ministério. Outras 1.684 pessoas, incluindo 116 crianças, ficaram feridas.

Ainda neste domingo, Oleksandr Svidlo, prefeito interino da cidade de Berdyansk, na costa sul da Ucrânia, disse que as forças russas entraram e assumiram o controle da cidade.

Berdyansk, que tem uma pequena base naval, tem uma população de cerca de 100 mil habitantes.

O prefeito disse que os funcionários foram solicitados a continuar trabalhando, “mas sob o controle de homens armados. Considero esta proposta inaceitável, então nós, como todos os membros do quartel-general operacional, deixamos o prédio do comitê executivo”.

União Europeia anuncia envio de armas para a Ucrânia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e Josep Borrel, chefe da diplomacia da União Europeia (UE), anunciaram neste domingo que o bloco enviará armas para a Ucrânia.

“Pela primeira vez, a UE financiará a compra e entrega de armas e equipamentos a um país sob ataque”, afirmou Von der Leyen. Mais cedo, a Alemanha havia anunciado que cederá armas para a Ucrânia

“É nosso dever fazer o possível para apoiar a Ucrânia em sua defesa contra o exército invasor de Putin. Por isso, estamos entregando mil armas antitanque e 500 mísseis Stinger para nossos amigos na Ucrânia”, informou o chanceler alemão Olaf Scholz, pelo Twitter.

A União Europeia também irá banir voos, impor novas sanções a Belarus e proibir canais de propaganda russos. As medidas são uma retaliação ao governo do presidente Vladimir Putin, que nesta semana iniciou uma invasão contra o território da Ucrânia.

“Primeiro, estamos fechando o espaço aéreo da UE para aeronaves de propriedade russa, registradas na Rússia ou controladas pelo país. Elas não poderão pousar, decolar ou sobrevoar o território da União Europeia”, disse. “Incluindo os jatos particulares dos oligarcas”.

Dessa forma, o espaço aéreo da União Europeia estará fechado para a Rússia.

Putin ordenou que seu comando militar coloque unidades que incluem armas nucleares em alerta máximo. Putin citou como argumento “declarações agressivas” de líderes da Otan e sanções econômicas contra Moscou.

“Como você pode ver, não só os países ocidentais tomam medidas hostis contra nosso país na dimensão econômica – quero dizer as sanções ilegais que todos conhecem muito bem –mas também os altos funcionários dos principais países da Otan se permitem fazer declarações agressivas ao nosso país”, disse Putin na televisão estatal.

Outra medida também será tomada pela União Europeia. Ursula declarou que as estatais russas Today e Sputnik, e suas subsidiárias, “não poderão mais espalhar suas mentiras para justificar a guerra de Putin”.

Biden se reunirá com aliados

O presidente dos EUA, Joe Biden, fará uma ligação com aliados dos EUA na manhã de segunda-feira para discutir a situação na Ucrânia e sua resposta coordenada, segundo a Casa Branca.

A chamada acontecerá às 11h15 do horário local.

No domingo, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e seus colegas do G7 “ressaltaram” a “resposta unificada à invasão da Rússia”, em uma ligação com o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, de acordo com uma leitura do Departamento de Estado.

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ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO

  • 28 de fevereiro de 2022 às 12:18:01