Um vídeo gravado por uma testemunha captou em áudio os últimos gritos desesperadores de Ângela Rocha Pereira, de 22 anos. A jovem foi morta pelo marido Abinadab Costa Maraes, 23, na noite deste sábado (23) com 14 facadas, ela teve o corpo queimado e jogado no lixão de Colniza (1.160 km ao Nordeste de Cuiabá). O suspeito, foragido, está junto da filha mais nova do casal, ainda de colo.

As imagens registradas são escuras, não é possível ver a briga entre eles, no entanto, dá para ouvir a discussão dos dois, seguido de 3 pancadas e um grito da mulher. Essa é uma das provas que o delegado Bruno França tem em mãos e foi usada para pedir a prisão preventiva de Abinadab.

Na manhã desta terça-feira (26), o delegado relatou que o relacionamento de Ângela e Abinadab era bastante conturbado e já continha um histórico de violência doméstica. Tanto que, ao analisar as marcas de ferimentos no corpo da vítima, o delegado sabia que se tratava de um crime de feminicídio pela forma cruel em que o corpo se encontrava.

Vida nos EUA

O casal chegou a morar junto nos Estados Unidos, todavia, se separaram. Ângela chegou a conhecer outra pessoa, com quem manteve um novo relacionamento, enquanto Abinadab voltou para Mato Grosso e ela continuou nos EUA.

Juntos, eles já tinham uma filha que ficou com a mãe de Ângela. Não demorou muito para que a jovem retornasse para o Brasil. O casal reatou o relacionamento, ela engravidou e deu a luz a mais uma menina.

Ser independente

Em março deste ano, Abinadab denunciou Ângela à Polícia, dizendo que ela saiu de casa, pedindo a separação, alegando que queria ser independente. O suspeito narrou que ela não levou nenhum dos seus pertences e que ele queria registrar o boletim de ocorrência para “preservar os seus direitos e para comunicar o abandono de lar” da esposa.