O Gerente do CDD dos Correios centro de Várzea Grande, Aderval Aparecido Fernandes de Aguiar, foi acusado por assédio contra a única carteira da Unidade, Tânia Lima Matos, 50 anos, casada, e a empresa só tomou providência depois de mais de um mês.

Investigações acontecem na Delegacia da Mulher de VG. A carteira já foi ouvida. Segundo a carteira, o afastamento dele só aconteceu por pressão dos trabalhadores colegas da vítima e testemunhas do assédio. A denúncia aconteceu no início de abril.

Depois que registrou o assédio sexual na policia, a carteira conta que passou a ter problemas de saúde porque a empresa não tomou nenhuma providência e ela era obrigada a conviver com o assediador diariamente. Ele ainda continuava seu chefe.

Tânia conseguiu um atestado médico para 15 dias de licença. “No início, minha denuncia não foi considerada. Tive que continuar trabalhando com ele, cruzando com ele dentro da Unidade e isso foi me deixando constrangida, com medo. Comecei a ter problemas de saúde. Graças a Deus consegui atestado médico de 15 dias. Hoje tomo remédio antidepressivo e contra ansiedade”, conta a carteira que retornou nesta quinta-feira para o trabalho.

Segundo ela, a saída do gerente só aconteceu depois que os colegas de trabalho pressionaram. “Estou recebendo todo apoio do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios em Mato Grosso (Sintect-MT)”, disse ela, acrescentando que “foi graças a pressão do Sindicato que a empresa foi obrigada a tomar providências”.

Depois do caso da Tânia ter vindo à tona, começam a surgir outros casos de assédio sexual contra o agora ex-gerente. Um deles é de uma servidora dos Correios que trabalhava no CDD/centro. Ela contou que passou pelas mesmas situações de assédio com o mesmo funcionário na mesma unidade , mas que teve medo e vergonha de denunciar. Atualmente ela trabalha no CDD Cristo Rei.

O agora ex-gerente perdeu a função no CDD centro e foi colocado à disposição para o CDD do Cristo Rei.

“Não sei se essa transferência vai resultar em alguma punição mais séria que a situação requer, além da perda da função. Não sabemos se o assediador vai responder a algum Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) ou se o afastamento não é apenas para passar o pano. A empresa não informa nada”, disse um funcionário da Unidade.

Tânia registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia

A carteira Tânia Lima Matos, 50 anos, registrou, no início de abril, na delegacia da Mulher de VG um boletim de ocorrência por assédio sexual contra o gerente do Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) dos Correios em Várzea Grande, Aderval Aparecido Fernandes de Aguiar.

Consta no boletim que por diversas vezes, Aderval invadiu a sala de descanso e tirou a roupa ficando somente de cueca, na frente da trabalhadora. Se não bastasse isso, ele dizia o seguinte: “Tania cubra os olhos pra você não me cobiçar”.

Ainda segundo a carteira, por duas vezes “invadiu o banheiro feminino e surpreendeu a carteira Tania, como se tivesse seguindo a trabalhadora”. E se eu estivesse tomando banho, ou trocando roupa? Questiona ela.

Tania conta que ficava constrangida e com vergonha de contar até para o marido. Ela é casada e tem uma filha. É a única mulher da unidade. Ela diz que não denunciou porque “tinha vergonha e medo de perder o emprego”.