DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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O “caso Paletó” volta aos holofotes com a data de depoimento do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), no próximo dia 16 de agosto. A oitiva será por videoconferência em audiência de instrução marcada pela Vara Especializada em Ações Coletivas, onde Emanuel é réu por improbidade administrativa.
Publicamente, o prefeito nega ter recebido propina do ex-chefe de gabinete de Silval. O prefeito disse que esteve no Palácio Paiaguás naquele dia para receber uma dívida de Silval tinha com seu irmão, Marco Pólo Pinheiro, relacionada a pesquisas eleitorais.
Em despacho assinado no último dia 6 de julho, a juíza Célia Vidotti recebeu documentos do Ministério Público Estadual que haviam sido solicitados por Emanuel. Além disso, deferiu o pedido dele para ser ouvido, bem como para arrolar testemunhas, que devem ser apresentadas no prazo de 10 dias.
Em delação premiada, o ex-chefe de gabinete e o ex-governador Silval Barbosa admitiram que os recursos eram pagos para deputados estaduais não criarem obstáculos nas obras da Copa do Mundo e do programa MT Integrado. Ao todo, os pagamentos acordados com os parlamentares eram de R$ 600 mil, por meio de 12 parcelas de R$ 50 mil, cada.
Além do prefeito, são réus no caso o ex-governador Silval Barbosa, seu ex-chefe de gabinete, Sílvio César Correa Araújo, o ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, o ex-secretário adjunto de Transporte e Pavimentação Urbana, Valdísio Viriato, e ainda o ex-secretário da Copa do Mundo, Maurício Guimarães.
O CASO
O vídeo de Emanuel Pinheiro recebendo dinheiro das mãos de Sílvio Correa foram exibidos inicialmente no Jornal Nacional (Rede Globo) e ganharam o país. Ele ficou conhecido como “caso paletó” porque o então deputado estadual colocou todo dinheiro que recebeu – cerca de R$ 50 mil – nos bolsos de seu paletó. Em determinado momento, deixou o dinheiro cair.
O caso foi explorado politicamente, com instauração de CPI na Câmara e até na campanha de 2020, e também na esfera judicial. Além da ação por improbidade, o prefeito responde a ação criminal na Justiça Federal.