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HISTÓRIA DE VIDA

Paternidade efetiva no espectro autista

DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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Da assessoria

Neste domingo, 14 de agosto, foi comemorado o Dia dos Pais, que têm um papel fundamental na formação de qualquer criança. No espectro autista, a paternidade efetiva, exercida de forma ativa, é primordial para entender as necessidades do filho (a) dentro do espectro. É o que fará toda a diferença no tratamento.

Apesar disso, é visível dia-a-dia numa clínica especializada você ver que a maioria dos acompanhantes é a própria mãe. Para a psicóloga com especialidade em autismo, Jaqueline França, não se deve reservar apenas às mães o papel ativo nas terapias.

“Amor, cuidado e presença ativa de pai e mãe são essenciais para que qualquer pessoa, seja típica ou atípica, cresça e tenha bons modelos sociais”, finalizou Jaqueline.

Exemplo de paternidade efetiva e de superação é a história de vida do contador Richard Hanna, que aos 47 anos é pai de Gabriel de 10 anos, que está dentro do espectro autista. Sempre participativo na vida do filho, desde o ano passado teve que assumir todas as responsabilidades e cuidado com Gabriel depois que sua esposa Luciane faleceu de Covid.

“A gente também dividia as tarefas da casa para que ela pudesse descansar. E hoje, agregou o que eu fazia e o trabalho que dela. Saí de uma sociedade e hoje trabalho por conta. Meu tempo é 100% do Gabriel. Ele vai à escola três vezes por semana, que é quando eu consigo tirar um tempo para resolver minhas coisas, ir no mercado e atender algum cliente”, afirmou.

Richard explica que sempre fez questão de ser presente na vida do filho. Lembra que, mesmo com dificuldades de ver sangue, esteve na sala de parto quando Gabriel nasceu. “Eu sei que têm muitos pais que por conta do autismo abandona a família. E depois que a Luciane morreu me chateia muito quando me perguntam se eu vou ficar com o Gabriel. É claro que sim, jamais deixaria meu filho”, desabafou.

Conforme Richard, nessa nova realidade, o relacionamento com seu filho está cada dia mais fortalecido. “Nessa convivência, eu ganhei mais com ele do que ele ganhou comigo. Porque toda vez que eu tinha um pensando ruim e vinha aquela tristeza e solidão, eu não cedia. Eu dizia: preciso fazer alguma coisa por ele. Eu sigo a nossa vida, mais a dele do que a minha”.

Para Richard, ser pai e se envolver emocionalmente com os filhos, mesmo que ele não seja autista. “Ser pai atípico não é falar para o mundo que você tem um filho atípico. É levar seu filho no peito, no coração e na alma para quando as pessoas te perguntarem, você encher o peito e dizer: meu filho é autista. Saiba falar o que é autismo. As pessoas querem saber como descobriu. Ser pai atípico é fazer parte do filho”, finalizou.

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