DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
[email protected]
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) revelou que o município de Santo Antônio do Leste integra a lista das mais de 100 prefeituras e câmaras municipais envolvidas em contratos com um grupo familiar investigado por fraude em licitações e desvio de recursos.
Os contratos da Prefeitura Municipal de Santo Antônio do Leste com três das empresas investigadas somam R$ 4.120.939,85. Esse esquema foi alvo da Operação Gomorra, deflagrada na última quinta-feira (7).
De acordo com o levantamento do MPMT, os valores pagos às empresas Pantanal (R$ 694.729,25), Centro América (R$ 2.877.712,26) e Grupo Saga (R$ 548.498,34) totalizam mais de R$ 4,1 milhões somente neste município.
O Ministério Público ainda não detalhou o período em que os contratos foram firmados, embora a investigação tenha começado na Prefeitura de Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá.
Operação Gomorra e o esquema de fraudes
A Operação Gomorra, conduzida pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), visa desarticular uma organização criminosa responsável por manipular processos licitatórios em Mato Grosso. O MP apresentou um organograma com os seis presos na operação, ilustrando o funcionamento do esquema, que incluía a criação de quatro empresas de fachada para firmar contratos fraudulentos com administrações municipais. Cada integrante da organização gerenciava uma dessas empresas, facilitando o direcionamento de licitações e o desvio de recursos.
Entre as práticas ilícitas, o grupo manipulava licitações e atuava em conjunto com prefeitos e outros agentes públicos, que, na posição de ordenadores de despesas, ajudavam a manter o esquema em funcionamento.
Medidas cautelares e suspensão das atividades
Para impedir a continuidade das fraudes, o MP solicitou à Justiça a suspensão das atividades econômicas das empresas investigadas, além do afastamento do sigilo de dados eletrônicos dos envolvidos. A Justiça também decretou a prisão temporária dos integrantes do grupo, mantendo-os sob custódia até o avanço das investigações.
Entenda o caso
O esquema veio à tona após a análise de contratos da Prefeitura de Barão de Melgaço com uma das empresas investigadas, que atuava desde 2020. Lá, os suspeitos usavam ‘cartões coringa’ para desvio de combustível e aplicavam sobrepreço em contratos. A investigação apontou que as empresas, muitas vezes, tinham como sócios membros da mesma família, e algumas sequer estavam em operação.