
DA REDAÇÃO - MATO GROSSO MAIS- ELISA RIBEIRO
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Uma ação de desobstrução das calçadas no Centro da cidade se iniciou nesta quinta-feira (05), retirando comerciantes ambulantes que ocupavam os espaços públicos de forma irregular. A operação foi conduzida pela Secretaria Municipal de Ordem Pública e, segundo a secretária Juliana Chiquito Palhares, a medida atinge também lojistas que utilizam a calçada como extensão de seus estabelecimentos.
Além dos ambulantes, a prefeitura alertou que empresários que colocam manequins, tendas ou outros objetos nas calçadas também serão notificados. Questionada sobre possíveis exceções para o uso do espaço, Juliana foi enfática e afirmou que não há a possibilidade.
“Não tem [possibilidade de utilizar a calçada]. O que tinha ali, eles estavam limpando uma parte do seu estabelecimento e provisoriamente colocaram ali, mas já foram determinados que retirassem. Se tiver, nós estamos com fiscais aqui em toda a região, não está sendo permitido.”
A secretária reforçou que não há distinção no cumprimento da norma.
“Não há exceção. Nem com o Liquida Centro. O prefeito já externou essa manifestação para nós. Não será permitido a utilização das calçadas nem pelos comerciantes ambulantes, nem pelos lojistas.”
A única exceção temporária, segundo Palhares, são os comerciantes de alimentos.
“O que ainda hoje é permitido no Centro são os comerciantes de comida, de alimentos. Em uma segunda etapa, nós também vamos recadastrar essas pessoas. Elas já estão procurando a Secretaria de Ordem Pública para renovar suas autorizações ou para solicitar, mas esse vai ser um outro ponto?”, explicou.
A prefeitura informou que a operação terá continuidade nos próximos dias, com o objetivo de garantir a livre circulação de pedestres nas áreas centrais da cidade.
Resistência
Apesar das alternativas apresentadas, a adesão foi baixa. Ambulantes alegam que o novo ponto tem pouco movimento e inviabiliza as vendas;
A resistência não é isolada. Muitas trabalhadoras, especialmente imigrantes, afirmam não ter condições de aceitar empregos com carteira assinada por falta de creches integrais ou horários flexíveis para cuidar dos filhos.
Até o momento, nenhum material foi apreendido, segundo a Secretaria, mas a fiscalização será permanente. A prefeitura afirma que a venda de produtos sem origem comprovada, sem nota fiscal ou com risco à saúde, como óculos escuros não certificados, não será permitida nem nas ruas nem no Shopping Orla.
No entanto, Palhares deixa claro que caso os ambulantes insistam em ocupar o Centro, haverá apreensão dos materiais. Apesar da tensão e até mesmo de ser confrontada por alguns ambulantes que querem trabalhar, a delegada mantém o otimismo: “Vamos passar por essa turbulência”.