O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) encaminhou ofício ao secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, afirmando que centenas de médicos que trabalham para empresas investigadas na Operação Sangria estão com atraso salarial de até seis meses.
Conforme a presidente do CRM, Hildenete Monteiro Fortes, os médicos são prestadores de serviço e não estão envolvidos em qualquer esquema de corrupção que esteja sendo investigado.
“Não se ignora a situação financeira do Estado, mas pedimos atenção especial para a situação dos profissionais médicos prejudicados pelos reflexos da operação”, diz trecho do ofício.
Os atendimentos foram prejudicados nas principais unidades de saúde do Estado como o Hospital São Benedito, Hospital Metropolitano e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência Samu).
No documento, o CRM solicita a prioridade da Secretaria de Estado de Saúde, nos primeiros dias de gestão, para a regularização dos pagamentos dos médicos, evitando o risco iminente de paralisação geral do atendimento médico em estabelecimentos que são essenciais na organização da saúde a nível estadual.
Operação Sangria
A operação apura irregularidades em licitações e contratos firmados com as empresas Proclin, Qualycare e a Prox Participações, firmados com o município de Cuiabá e o governo estadual.
Um segundo inquérito policial foi aberto no dia 14 de dezembro depois que a Polícia Civil detectou que os investigados estavam obstruindo o trabalho da Justiça.
Na segunda fase da operação, foram presos o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Huark Douglas Correia da Costa, o sócio da Próclin Fábio Liberali Weissheimer, o empresário e advogado Adriano Luiz Sousa, Kedna Iracema Fonteneli Servo, Celita Liberali, o sócio da PróClin Luciano Correa Ribeiro e Fábio Alex Taques.
A investigação da operação Sangria apura fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas criminosas praticadas por médicos, administrador de empresa, funcionários públicos e outros, tendo como objeto lesão ao erário, vinculados a Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde, através de contratos celebrados com as empresas usadas pela organização.
Segundo a apuração, a organização mantém influência dentro da administração pública, no sentido de desclassificar concorrentes, para que ao final apenas empresas pertencentes a eles possam atuar livremente no mercado.