MT diz não ter recursos para pagar dívida de 140 milhões

Após assinar o decreto de estado de calamidade financeira, o governador Mauro Mendes (DEM) considera que a situação econômica de Mato Grosso deve piorar ainda mais no mês de março. Isso porque, neste mês vence mais uma parcela da dívida com o Bank of América, no valor de US$ 37 milhões, o que na cotação atual representa cerca de R$ 140 milhões.

 Segundo o governador, não existe previsão orçamentária para pagamento da dívida. “Temos uma realidade ainda muito pior e março piora ainda, porque nós temos que pagar R$ 140 milhões daquele financiamento em dólar do Bank Of América. Então tudo isso cria uma perspectiva muito delicada. Nós estamos tentando fazer de tudo para melhorar, já anunciamos e a sociedade sabe disso”. 

O secretário de Fazenda, Rogério Gallo, confirmou que a situação referente a dívida é “complicada e complexa”. Segundo ele, existe dificuldade até mesmo para uma renegociação, que representaria um fôlego nas finanças neste momento de crise. 

Gallo explicou que é uma operação de crédito externa e que envolve um organismo multilateral internacional. Além disso, ele destaca que o executivo trabalha para honrar a parcela de março, mas reconhece que não tem previsão da entrada de dinheiro extra no caixa do Governo. 

“Nosso objetivo é para março, são duas parcelas anuais, março e setembro. O objetivo seria que março a gente conseguisse, vamos tentar. Falei na Secretaria do Tesouro Nacional, porque a união é garantidora, e vamos trabalhar para que em março a gente tenha condição. Porém, o mais certo é que seja mesmo para setembro a gente ter essa condição”, alertou. 

O Governo pontua que existe uma negociação de empréstimo com o Banco Mundial. No entanto, a instituição financeira fez uma série de exigências para “comprar” a dívida, que na verdade seria outro empréstimo, só que com juros menores e prazo mais longo  que o do Bank of América. “Podemos reduzir os juros de 10% para 4,5% ao ano e também alongar a dívida de 4 anos para 10 anos. Seria uma parcela muito menor e um comprometimento dos recursos públicos com essa dívida muito menor, o que vai permitir um alívio financeiro ao caixa do Estado para poder socorrer as secretarias mais necessitadas”, colocou.

O secretário explicou que a redução de juros e alongamento da dívida ocorre porque o Bank Of America é um  banco comercial, que visa lucro, enquanto o Banco Mundial é um órgão oficial de fomento e desenvolvimento. Porém, ele alertou que o BID fez algumas exigências, entre elas: investimentos em áreas sociais, questões ambientais, recursos humanos. Segundo o executivo, ações que já são executadas. 

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