A adolescente Maria Eduarda, de 14 anos, moradora de Pontal do Araguaia (512 km da Capital), apresentou melhora em seu estado de saúde depois de cinco dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI-Infantil) do Pronto-Socorro de Cuiabá.
Ela contraiu uma grave bactéria na boca que, segundo os médicos, pode ter sido transmitida por meio da bomba de tereré. Porém, a família ainda aguarda os resultados de exames feitos na menina para confirmar exatamente o que provocou e qual é o tipo de infecção.
Quando foi transferia de UTI aérea de um hospital de Barra do Garças (a 535 km da Capital) para o Pronto-Socorro de Cuiabá, na quarta-feira passada (16), Eduarda estava sedada, com o fígado inchado e dificuldades de funcionamento nos rins.
Mas de acordo com a tia da garota, Glaubia Silva, de 40 anos, o quadro de saúde da menina melhorou substancialmente nos últimos dias. “Os rins já voltaram a funcionar e o fígado já desinchou. Ela está consciente, mas continua na UTI recebendo sedativos”.
Eduarda começou a se queixar de feridas na boca e dificuldades para comer e ingerir líquidos em 2 dezembro.
Segundo Glaubia, depois disso, as feridas só foram aumentando e a boca ficou muito inchada, a adolescente mal conseguia tomar água. “Ficou a coisa mais esquisita”, disse.
Em 4 de janeiro, quase um mês depois dos primeiros sintomas, Eduarda foi internada no Hospital de Barra do Garças. Depois de 12 dias precisou ser transferida para Cuiabá por ter maiores condições de tratamento.
A tia revelou que a menina passou por sete médicos que não souberam diagnosticar de que forma a bactéria foi contraída. Foi apenas no oitavo profissional que surgiu a suspeita de que Eduarda tenha sido infectada por meio da bomba que é usada para tomar tereré.
De acordo com Glaubia, novos exames vão apontar que tipo de bactéria atingiu a adolescente.
Comum em Mato Grosso, o tereré é preparado a partir da infusão da erva-mate com água gelada. A bebida também pode ser preparada com outros ingredientes como chás e suco de limão. Parecido com o chimarrão, do Rio Grande do Sul, é compartilhado em cuias com bomba ou canudo.
Os familiares também buscam ajuda para custear o tratamento da adolescente. Os interessados em ajudar podem entrar em contato com Glaubia através do celular 66 9212-1827, que também funciona como WhatsApp.
Perigo
Apesar de ser pouco divulgado, os médicos alertam sobre a possibilidade de contágios de doenças como herpes e mononucleose infecciosa que podem ser transmitidas pela bomba compartilhada, por isso, a orientação é que cada um tenha a sua.
Mononucleose também é conhecida como a doença do beijo, uma infecção causada pelo vírus Epstein-Barr transmitido através da saliva, que provoca sintomas como febre alta, dor e inflamação da garganta, placas esbranquiçadas na garganta e ínguas no pescoço.