Sindicatos de servidores da Segurança Pública do Estado de Mato Grosso sinalizaram uma possível paralisação da categoria, durante uma entrevista coletiva em frente à Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (23).
Policias militares, civis, bombeiros e agentes penitenciários, e outros servidores estaduais, tomaram o plenário da Assembleia Legislativa no fim da manhã de terça-feira (22). Eles são contrários a parte dos projetos de lei encaminhados pelo governador Mauro Mendes (DEM) ao Poder Legislativo.
Além disso, boa parte dos servidores da Segurança recebem mais de R$ 6 mil líquidos e, portanto, ainda não receberam seus vencimentos relativos a dezembro.
Conforme uma das lideranças, o presidente da Associação de Cabos e Soldados da Policia Militar e Bombeiros Militares, cabo Adão Martins da Silva, os atrasos salariais e falta de diálogo com o governo podem gerar uma greve geral, aos moldes das que ocorreram no passado no Espirito Santo e Rio Grande do Norte.
“O grau de insatisfação da Polícia Militar com os projetos de lei que foram encaminhados à Assembleia, e os projetos que foram aprovados hoje, sem nenhum tipo de discussão. Situação semelhante a essa aconteceu no Rio Grande do Norte, aconteceu no Espírito Santo. E quando o nível chega a alarmante, a gente não sabe qual vai ser a reação da tropa”, disse.
Por 20 dias, em fevereiro de 2017, o Espírito Santos ficou sem policiais nas ruas. Isso resultou em saques, arrastões e em um aumento no número de assassinatos.
“Hoje a gente já conversou com alguns deputados. E se não for revista essa situação, ou não forem acatados os requerimentos que nós temos de emenda nos projetos de lei, a situação aqui em Mato Grosso pode ficar em nível crítico”, apontou o oficial.
Os servidores, no entanto, estão em estado de greve e assembleia permanente. Nos próximos dias deve haver uma reunião para decidirem sobre uma possível paralisação.
“Por isso que quando se fala em consequência, nós não temos como mensurar. Quem tá como fome consegue ir levando. Agora, ver seus filhos padecendo, que é o que está acontecendo, não dá”, disse a presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários (Sindspen), Jacira Maria da Costa.
Conforme os sindicatos, os policiais continuam trabalhando normalmente.