Filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse, em entrevista a jornal da emissora SBT, que é “contra milícias”, e que frases que ele havia dito sobre o tema, em um debate na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) em 2007, foram tiradas de contexto.
Em relação a homenagens que fez a PMs acusados de comandar um dos grupos milicianos mais antigos do Estado, em Rio das Pedras, Flávio justificou que já ofereceu “centenas” de moções parabenizando profissionais de segurança pública e que não sabia, à época, sobre as acusações. Um dos homenageados estava preso no momento em que o pedido de homenagem foi protocolado.
“Eu sou contra milícias, só que nesse momento (em 2007) estava começando uma discussão sobre o que era isso. Estava se generalizando de uma forma muito preocupante”, disse Flávio à emissora. “Eu sempre fiz a defesa dos profissionais de segurança pública. E qualquer lugar onde moravam dois ou três policiais já estava sendo considerado ‘milícia’.”
Na ocasião, há 12 anos, o deputado federal havia dito que “não se pode simplesmente estigmatizar as milícias”, e se referiu aos grupos como um “novo tipo de policiamento”. Nesta quinta-feira, 24, Flávio disse que é contra qualquer tentativa de se implantar um “Estado paralelo” a governos constituídos.
Sobre o PM Adriano Magalhães da Nóbrega, que cumpria pena em 2005 quando foi homenageado por Flávio, o senador eleito disse que “essas informações estão vindo à tona agora, apenas”. O Estado também apurou que o filho do presidente empregava, até novembro do ano passado, a mãe e a esposa de Nóbrega em seu gabinete – que teriam sindo indicadas por seu ex-assessor e motorista, Fabrício Queiroz.