Reeducandos da unidade prisional de Alto Araguaia (426 km ao sul de Cuiabá) estão colaborando na prestação de serviços ao município com a confecção de móveis e uniformes para a rede de educação da cidade. Neste início de ano, o grupo que trabalha na marcenaria da cadeia fez a reforma de berços para a creche municipal Maria Ferreira Ribeiro. E na oficina de costura confeccionaram cortinas para a unidade educacional, além de dezenas de peças de uniformes para atender os novos estudantes.
Desde o ano passado, na oficina de costura foram produzidas mais de 3.500 peças de uniformes (bermudas e camisetas) para atender a rede de educação municipal, dentro do projeto Educando para Ressocializar, que envolve outras atividades laborais. O projeto é realizado em uma parceria entre a Prefeitura de Alto Araguaia, Conselho da Comunidade, Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, Poder Judiciário e Ministério Público.
Para este ano foram feitos 700 jogos de camisetas e bermudas que atenderão novos alunos do ano letivo de 2019, além de 20 cortinas e reforma e pintura de 10 berços.
O diretor da unidade prisional, Djalma Alves Junior, explica que a prefeitura forneceu todos os insumos necessários – tecidos, serigrafia, linhas – e a mão de obra de obra fica por conta dos reeducandos que já trabalham na oficina de costura da cadeia, reduzindo desta forma os custos para o poder público.
“Temos procurado estimular as atividades laborais, especialmente na costura, porque vemos que nela os reeducandos se tornam capazes de produzir”, destacou o diretor, acrescentando que os reeducandos com mais experiência na costura treinaram os demais.
A oficina de costura tem capacidade para produzir até 80 uniformes por dia. Com o trabalho, os reeducandos recebem remição da pena conforme prevê a Lei de Execução Penal que determina que a cada três dias, um dia é descontado na pena recebida.
Na marcenaria da cadeia também são produzidos móveis e outros objetos. Uma parceria da unidade prisional com a Associação dos Apicultores de Alto Araguaia possibilitou a confecção de caixas para colheita de mel. As madeiras são oriundas de doações da Justiça.
M.R. está na unidade desde 2009 e conseguiu aprender as primeiras instruções de como cortar um tecido com molde e a fazer a costura. Depois ficou responsável por treinar os outros reeducandos. Ele explica que cada um fica encarregado de uma parte da confecção: corte, fechamento e acabamento. “É uma chance que tenho de ocupar o tempo e contribuir com outras pessoas”.