O laudo apresentado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) esclareceu pontos relevantes do acidente que matou duas pessoas e feriu outra no dia 23 de dezembro de 2018 na Avenida Isaac Póvoas. O delegado titular da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito da Polícia Judiciária Civil, Christian Alessandro Cabral, concedeu entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (19.02) para falar sobre o assunto.
O laudo foi entregue na semana passada ao delegado, que após análise, entendeu pela necessidade de esclarecimentos adicionais em cima de imagens captadas por câmeras de monitoramento da região. O delegado explicou que as perícias complementares devem ajudar a investigação a sanar dúvidas que ainda restam para que seja promovida a devida responsabilização da condutora e a participação de uma das vítimas.
Conforme ele, será considerada a possível influência que o comportamento da vítima Hya Giroto Santos, 21 anos (que dançava na pista), teve sobre a travessia dos amigos Myllena de Lacerda Inocêncio, de 22 anos, e Ramon Alcides Viveiros, 25 anos, fazendo com que eles retardassem a conclusão da travessia; como também na identificação dos três veículos que estavam obstruindo as faixas de circulação exclusivas de ônibus, da direita e da esquerda (dificultando eventuais reações da condutora do veículo), e ainda questão da efetiva velocidade do veículo da condutora, Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, 33 anos.
“Essas questões ainda necessitam de esclarecimento. O propósito da Polícia Judiciária Civil é produzir uma investigação livre de qualquer margem de dúvida e questionamento para embasar tanto uma absolvição no caso de inocência quanto uma condenação no caso de culpa”, disse o delegado.
O perito responsável pelo laudo, Henrique Praeiro, ressaltou que o documento considerou fatores humanos como principais pontos que contribuíram para a ocorrência do evento.
Conforme ele, foram descartados problemas com a via, que estava em condições perfeitas de trafegabilidade. O veículo da condutora também estava sem problemas.
“Uma pane veicular ou falha veicular estão totalmente descartadas. Sobraram os fatores humanos, que, nesse caso, parte é de quem atropelou e parte dos pedestres. Vimos que a condutora tinha condições de reagir e evitar o atropelamento, imobilizando seu veículo antes de colidir com as vítimas, sobre a pista”, afirmou Henrique.
Em relação às vítimas, o perito esclareceu que se elas tivessem mantido a travessia em direção perpendicular e na velocidade em que estavam, chegariam ao outro lado da rua antes da chegada do veículo e o atropelamento não aconteceria.
O acidente
O acidente que deixou um morto no local e dois gravemente feridos encaminhados ao hospital ocorreu às 5h50, do dia 23 de dezembro de 2018, em frente à boate Valley na Avenida Isaac Póvoas, em Cuiabá.
A condutora do veículo Rafaela Screnci da Costa Ribeiro foi presa em flagrante e autuada no plantão da Polícia Civil nos crimes de homicídio culposo na direção de veículo e lesão corporal culposa na direção de veículo. Ela foi conduzida para audiência de custódia, onde foram adotadas medidas cautelares e aplicada fiança pelo juiz. Ela pagou o valor da fiança e foi posta em liberdade no dia seguinte, 24 de dezembro.
O acidente vitimou no momento da colisão a universitária Myllena de Lacerda Inocêncio, de 22 anos, deixou gravemente feridos Ramon Alcides Viveiros, 25 anos (que morreu após ficar cinco dias internado) e Hya Giroto Santos, 21 anos, a única sobrevivente do atropelamento.
O acidente gerou ainda danos materiais em outro veículo que estava estacionado, um Gol.