Dados da Secretaria Nacional de Aviação Civil, vinculada ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, mostram que o número de passageiros no Aeroporto Maestro Marinho Franco, de Rondonópolis, caiu mais da metade entre 2015 e 2018. Conforme o registro, que analisa voos regulares e não regulares, embarques e desembarques, em 2015 o aeroporto do município recebeu 96.841 passageiros. Já em 2018, foram 44.503, o que mostra que mais de 50 mil pessoas deixaram de usar o aeroporto entre esses anos.
A queda no volume de pessoas utilizando o Maestro Marinho Franco pode ser explicada pela redução de voos regulares, a falta de investimentos, a proximidade com o Aeroporto Internacional Marechal Rondon em Várzea Grande e também a crise financeira que afetou o Brasil e fez o volume de passageiros diminuir em praticamente todos os aeroportos. Rondonópolis, obviamente, seguiu a mesma tendência nacional, mas agravada pelas deficiências locais. Se no ano de 2015 eram mais de 96 mil passageiros, em 2016 foram registrados 73.728, seguido de 51.692 em 2017 e chegando aos pouco mais de 44 mil no ano de 2018.
Contudo, a título de comparação, o aeroporto de Sinop (MT) registrou, em 2018, 129.752 passageiros, o que mostra que a queda em Rondonópolis pode ser, em sua maioria, provocada pelas inúmeras dificuldades que o aeroporto vivenciou nos últimos anos. A falta dos equipamentos para garantir o voo por instrumento, posteriormente a demora para a homologação desses equipamentos, a falta de confiança dos passageiros, que eram surpreendidos por cancelamentos de voos sem motivos aparentes, a falta de segurança, como o período em que o aeroporto ficou sem policiamento e sem número de bombeiros o suficiente para funcionamento adequado da brigada, entre outras diversas situações, foram alguns dos problemas vivenciados.
Além disso, o Aeroporto de Rondonópolis, que chegou a ter quatro voos diários (dois para São Paulo, um para Brasília e um para Cuiabá) em determinados momentos ao longo dos anos, permaneceu apenas com dois voos no ano passado, sendo para Cuiabá e para São Paulo. Com muitos esforços da sociedade organizada, especialmente do Grupo de Mulheres em Prol de Rondonópolis, hoje a realidade do aeroporto está sendo transformada. Equipamentos, melhorias e com dois voos regulares para o Aeroporto de Viracopos (Campinas/SP) e o Aeroporto Internacional de Guarulhos/SP, com escala em Ribeirão Preto, além de um novo voo diário para Cuiabá, com empresa local, já em análise.
Todas essas ações devem, ao longo desse ano, especialmente com a volta da operação dos jatos do Azul na cidade, que comportam mais de 100 passageiros, reverter a situação da queda do volume de passageiros do Maestro Marinho Franco. Vale lembrar que, em 2015, mesmo sem investimentos e com tantos problemas, o aeroporto chegou ao seu auge, com quase 100 mil passageiros por ano, o que demonstra o seu potencial.
Outros Dados
A Secretaria Nacional de Aviação Civil também possui outros dados curiosos sobre o Maestro Marinho Franco. Entre 2004 e janeiro de 2019, mais de 730 mil pessoas utilizaram o Aeroporto. Além disso, nesse mesmo período, mais de 25 mil aeronaves utilizaram a pista.
Vale ressaltar que o aeroporto de Rondonópolis está em processo de concessão para a iniciativa privada, em um bloco com outros aeroportos de Mato Grosso. O leilão, que também deve privatizar outros aeroportos brasileiros, está marcado para o próximo dia 15 de março, na bolsa de valores, sendo confirmado na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro. Seis operadoras, que atuam na Europa e nos Estados Unidos, demonstraram interesse em arrematar os terminais mato-grossenses.
A empresa ou investidor que arrematar os aeroportos mato-grossenses ficará responsável pela administração, ampliação, melhorias e demais investimentos nos terminais, ficando apenas o controle aéreo a cargo da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).