Cinco integrantes de uma organização criminosa, que atuava no comércio e adulteração de veículos e documentos públicos, foram presos pela Polícia Judiciária Civil, por meio de investigações da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (Derrfva).
O grupo criminoso agia a mando de detentos da Penitenciária Central do Estado (PCE). Com eles foram encontradas dezenas de cédulas de documentos de veículos, a maioria em branco, fotos avulsas 3×4, cédulas de identidades e de carteira de CNH, ferramentas usadas para falsificação de documentos públicos, utilizados para “esquentar” veículos e aplicar golpes diversos. A PJC ainda apreendeu 30 kg de maconha.
A quadrilha agia no roubo de veículos, especialmente caminhonetes, que eram adulteradas e levadas para a Bolívia. No país vizinho os carros eram trocados por drogas, que retornavam ao Brasil para abastecer o comércio de entorpecentes na Grande Cuiabá.
As diligências investigativas foram realizadas durante todo o dia e noite de quarta-feira (27.02), resultando na prisão de duas mulheres (Rebeca Almeida Carvalho, 39, Eliane dos Santos Amorim, 44) e três homens (Altemir Souza Marçal, 20 anos, e Alcir Batista de Oliveira Junior, 37, e Ederson Xavier de Lima, 36).
Rebeca, Eliane e Altemir foram presos na tarde de quarta-feira (27.02) em uma residência no bairro Jardim Novo Horizonte, em Várzea Grande, que segundo apontamento das investigações era usada para esconder veículos roubados. No local, os policiais encontraram a suspeita Eliane dos Santos em veículo Renault Oroch verde, estacionado na porta da casa.
Os três foram presos recentemente com veículos roubados. Rebeca Almeida em Chapada dos Guimarães, com um Ford KA adulterado, e Altemir Souza em Várzea Grande, com um Corolla adulterado roubado. Eles foram conduzidos para audiências de custódia e liberados com a adoção de medidas cautelares.
Rebeca e Altemir foram flagrados falsificando documentos dentro do imóvel. Na garagem estava uma caminhonete Hilux SW4 com todos os sinais adulterados. O veículo foi roubado no dia 18 de fevereiro de 2019, no bairro Jardim das Américas. Os policiais ainda encontraram placas de veículos roubados, documentos de veículos e de pessoas falsificados. A Polícia acredita que eles eram usados para aplicar golpes ligados a venda dos automóveis.
Todos foram autuados por falsificação de documento publico, uso de documento falso, associação criminosa, receptação, estelionato, adulteração de sinal identificador de veículos automotor, tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas.
Documentos falsos e maconha
Em continuidade aos trabalhos, uma fábrica de falsificação de documentos foi descoberta dentro de uma casa no bairro Duque de Caxias, na capital. O local era comandado por Ederson Xavier de Lima. Ele foi encontrado com dezenas de ferramentas usadas para falsificação de documentos e veículos.
Os policiais chegaram até o suspeito após apuração de uma denúncia. Ele foi monitorado e acompanhado até a Avenida Lava-pés, onde foi abordado em um veículo Corolla. No banco do passageiro estava Alcir Batista de Oliveira Junior.
Durante a abordagem, em buscas no veículo, os policiais apreenderam do lado de banco do passageiro um tablete de maconha. Os policiais seguiram com os dois suspeitos até a casa no bairro Duque de Caxias, onde descobriram dezenas de cédulas de documentos de veículos (CRV e CRLV), de pessoas (CNH e RG) falsificados de vários estados.
Também foram encontrados materiais usados na falsificação de documentos (impressora matricial, jato de tinta laser, lacres de placa veicular, arame para placas de veículos, frascos de substâncias químicas, placas de veículos, sendo duas de Campo Grande (MS), fotos diversas de pessoas no formato 3×4, cartões de bancos, R$ 1.927,00, laudos periciais, notebooks, 30 tabletes de maconha e balança de precisão.
Em entrevista com os suspeitos, Alcir Batista afirmou ser morador da quitinete, porém, permitia que Ederson Xavier fizesse uso da residência. Juntos estavam promovendo um evento (trio elétrico do Dallas pré-carnaval 2019), que seria realizado dia 28 de fevereiro de 2019, na capital.
As cédulas de documentos de veículos foram furtadas da unidade da Ciretran de Chapada dos Guimarães.
“Esses documentos eram usados para ‘esquentar’ veículos, para dar aparente legalidade aos carros objetos de furtos e roubos, que eram depois vendidos a terceiros, o que configura golpe de estelionato”, explicou o delegado Arnon Osny Mendes Lucas.