Além de amargar derrotas seguidas logo no início do ano, como a questão da elevação da taxação no setor, a recusa do Indea na mudança no calendário de plantio, o sumiço na representação de classe, a atual diretoria da Aprosoja-MT, comandada por Antonio Galvan, se vê em uma situação ainda mais delicada.
Uma recente auditoria aponta a existência de contratos obscuros na área de georreferencimento e na prestação de serviço de consultoria técnica. Na última semana, o Conselho Fiscal da entidade, que representa nada menos que 5,5 mil produtores de soja e milho do Estado, passou três dias de “plantão” na luxuosa sede da Aprosoja, em Cuiabá.
A meta era levantar dados e informações que levaram à conclusão de que tal contrato saiu das mãos de um influente escritório de advocacia e sem explicações. Foi parar nas mãos de Paula Boaventura, advogada que costuma percorrer gabinetes de políticos em busca de cargos, e tentar a todo custo ingressar no setor do agronegócio, colando em figuras de destaque na área.
Segundo informações, ela teria faturado o contrato na Aprosoja superior a R$ 200 mil. A estratégia para “conquistar” espaço foi lançada com sua aparição, no fim do ano passado, em um dos conhecidos Estradeiros da Aprosoja, ao lado de diretores e até do presidente da entidade.
Fontes dizem que a decisão de firmar o contrato foi unilateral. Conselheiros, diretores e delegados ainda não digeriram a contratação, que partiu do presidente Galvan, e devem, nos próximos dias, cobrar explicações dele, apontado como único defensor da súbita entrada da advogada na entidade em uma área tão peculiar.