O sentimento das mães que acompanham os filhos em tratamento na Santa Casa de Misericórdia, em Cuiabá, é de incerteza. A unidade fechou as portas na segunda-feira (11) por falta de recursos, alegando que a prefeitura não fez um repasse de R$ 3,6 milhões. A instituição já se encontra sem atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulta e neonatal. Enquanto isso, nos quartos e salas do hospital, mães e filhos aguardam resposta dos gestores.
A maioria não quer transferência e pede continuidade. Drieli da Silva acompanha o filho de 3 anos já em tratamento contra o câncer. “Ele iria ser internado hoje, mas com o fechamento da unidade estamos sem saber como ficará o tratamento dele. É uma situação difícil”, lamentou.
O desespero já tomou conta de Lenir Maria de Barros, que aguarda a continuidade do tratamento da filha de 12 anos, que tem leucemia. “Houve uma conversa que iremos ser transferidos para o Hospital do Câncer, mas sabemos que lá não tem condição para receber todos. Queremos permanecer aqui com o tratamento que está dando certo”, pontuou.
O grupo de aproximadamente 20 mães deve se reunir na tarde dessa quarta-feira (13) na porta da Santa Casa para cobrar providência dos governantes.
O motivo pelo qual foi suspendido o atendimento no Centro Cirúrgico é devido o atraso de salário dos funcionários que está pendente há 4 meses, além disso o hospital está com o prazo estourado em pagamentos para o banco de sangue, laboratórios e entre outros.
O repasse da Prefeitura iria diminuir o débito com os funcionários, porém a Delegacia Fazendária notificou o prefeito para não passar nada enquanto não terminar as investigações, isso devido as irregularidades que foram apontadas dentro da instituição segundo o relatório da Controladoria Geral do Estado (CGE).
Audiência
Assembleia Legislativa irá realizar uma audiência pública para discutir a situação da Santa Casa de Misericórdia, que suspendeu os atendimentos por falta de condição financeira.
O debate está previsto para a segunda-feira (25), às 8h. De acordo com o deputado estadual Lúdio Cabral (PT), responsável pela convocação da audiência, a situação do hospital precisa ser urgentemente resolvida.
“O Hospital com as portas fechadas prejudica mais de 1 mil pacientes nos atendimento de oncologia, hemodiálise, entre outros”, pontuou.