Mendes: “É preciso passar a limpo essa história da Santa Casa”

O governador Mauro Mendes (DEM) afirmou que cabe à Prefeitura de Cuiabá encontrar uma solução para o imbróglio envolvendo a Santa Casa de Misericórdia, que paralisou suas atividades na última segunda-feira (11).

A unidade filantrópica alega que o Município não lhe repassou R$ 3,6 milhões para custeio de despesas emergenciais. A Prefeitura, por sua vez, afirma que a Santa Casa é que deve R$ 24,8 milhões ao Município.

“Temos ouvido muitas informações sobre a gestão da Santa Casa e não podemos mais tolerar esse tipo de situação em lugar nenhum. Nem nas unidades filantrópicas, nem no setor público. Se tem dinheiro público envolvido, ele tem que ser bem gasto”, disse Mendes.

“Então, precisamos passar a limpo essa história da Santa Casa e o Município de Cuiabá tem responsabilidade objetiva de conduzir essa discussão. A Prefeitura tem responsabilidade objetiva de trabalhar com a Santa Casa”, acrescentou o governador.

Ele citou que o Estado enfrenta uma série de problemas na área da Saúde, especialmente em função de repasses em atraso aos municípios e outras unidades no interior do Estado.

“Claro que estamos abertos ao bom diálogo. A Santa Casa é centenária, tem uma contribuição importante e vai merecer sim, de nossa parte, uma atenção”, disse.

“Mas o Governo do Estado tem aí o Hospital de Rondonópolis, que teve que fazer intervenção, o Sinop, que aconteceu a mesma coisa. Estamos com seis meses de atraso que herdamos de pagamento de hospitais, oito meses de atraso no pagamento de prefeituras na área da saúde. Uma triste realidade, muitos problemas para nos ocupar para e tentar num médio prazo construir soluções diferentes e melhores”, concluiu.

Paralisação

Segundo a direção da Santa Casa – que aponta um débito de R$ 3,6 milhões da Prefeitura -, o valor ajudaria a abater as dívidas com pagamento de 13º e salário dos funcionários, que ainda não foi pago.

A unidade tem folha salarial no valor de R$ 1,5 milhão por mês, com cerca de 800 funcionários.

“Esta paralisação se dá em virtude de que a Prefeitura Municipal de Cuiabá não cumpriu o acordo firmado, e amplamente divulgado, que faria o repasse na monta de R$ 3,6 milhões”, consta em nota divulgada pela unidade.

Já o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) acusou a instituição de dever R$ 24,8 milhões ao Município. O montante seria de cirurgias eletivas não executadas (R$ 10,5 milhões), exames de diagnósticos eletivos não cumpridos (R$ 2,9 milhões) e leitos de retaguarda pagos indevidamente (R$ 4,5 milhões).

Também são citadas emendas pagas sem contrato (R$ 3,3 milhões) e irregularidades apontadas por uma auditoria do Sistema Único de Saúde (R$ 467 mil).

O prefeito disse que está analisando documentos relativos à Santa Casa para avaliar a possibilidade de efetuar repasses à unidade filantrópica.

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