Na sessão desta quinta-feira (21), as cotações da soja na Bolsa de Chicago mantêm sua típica estabilidade com os traders ainda em compasso de espera pelas novas informações em torno da guerra comercial entre China e Estados Unidos.
Sem forças ou motivos para mudar de direção, os preços subiam pouco mais de 1 ponto, por volta de 7h50 (horário de Brasília), com o maio valendo US$ 9,07 e o agosto, US$ 9,27 por bushel.
“A permanência da Guerra Comercial já perdura por muito além do que a indústria esperava. Fundos de gestão ativa continuam empilhando posições no lado da venda, protegendo os ganhos já contabilizados no fim do primeiro trimestre de 2019”, explicam os analistas da ARC Mercosul.
Ainda nesta quinta, o mercado segue observando as condições de clima nos EUA, bem com os números atualizados das exportações semanais que serão atualizados nesta quinta-feira pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
As expectativas dos traders para as vendas de soja variam entre 600 mil e 1,75 milhão de toneladas.
Mercado Brasileiro
No Brasil, a estabilidade também pode ser observada em boa parte das principais praças de comercialização do interior do país. Já nos portos, o recuo dessa quarta-feira passou de 1% em Rio Grande e Paranaguá.
No terminal paranaense, a soja disponível perdeu 1,30% para fechar com R$ 76,00 por saca, enquanto no gaúcho ficou em R$ 75,00, com queda de 0,66%. Já para o mês seguinte, R$ 77,00 e R$ 75,50, respectivamente, com perdas de 1,28% e 1,31%.
As referências acompanharam o dólar, que fechou em seu menor patamar em trê semanas, cotado a R$ 3,7661. A queda nesta sessão foi de 0,61%. A pressão maior veio, segundo especialistas, da decisão anunciada pelo Federal Reserve (o banco central norte-americano) de que não fará novos reajustes para cima das taxas de juros neste ano.
“O mercado brasileiro continua mostrando poucos negócios. A colheita flui nas regiões Sul e Matopiba, e finalizando no Centro Oeste e Sudeste. Aliado a isso, há ainda as entregas de contratos (firmados anteriormente) e amis a retenção de uma parte do volume da produção para ser negociado mais a frente”, diz o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
As contas são simples e a conclusão do analista de mercado da Agrinvest Commodities, Marcos Araújo é rápida: o Brasil vai ter que racionar a demanda por soja no segundo semestre. O ritmo de exportações, o consumo interno e uma safra estimada em algo próximo a 113 milhões de toneladas mostram que a disputa pelo grão brasileiro deverá ser intensa, mesmo diante da grande oferta disponível nos Estados Unidos.