Bolsonaro manda exonerar Teté por jantar de R$ 290 mil

A polêmica demissão da, agora, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Teté Bezerra (MDB), ganhou uma conotação mais vergonhosa depois que o presidente, Jair Bolsonaro (PSL), gravou um vídeo afirmando que Teté foi demitida do cargo por causa de um jantar de R$ 290 mil que seria realizado na próxima semana. O anúncio foi feito pelo presidente durante uma live no Facebook na noite de quinta-feira (28).

Ao contrário do que Teté afirmou em carta de pedido de demissão, Bolsonaro disse que ele mesmo foi quem pediu a exoneração sumária da esposa do deputado federal Carlos Bezerra, cacique do MDB no Estado. De forma irônica, Bolsonaro disse que a razão pelo desligamento de Teté se deu por conta de um jantar, na ordem de R$ 290 milhões, que teria até mesmo a apresentação do cantor Alceu Valença.

“Uma notícia que está na imprensa, mas não sei se está na íntegra. Uma notícia que chegou a meu conhecimento que a semana que vem a Embratur estaria patrocinando um jantar, acho que Alceu Valença iria cantar nesse jantar. Preço do jantar: R$ 290 mil. Você ia pagar a conta!”.

Por isso, ele teria entrado em contato com o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL) para resolver a questão. “Falei para ele, simplesmente, cancelar o jantar e também, tendo em vista o tamanho do descalabro aqui, e cancelasse também a função da responsável pela Embratur. Ela foi exonerada no dia de hoje e página virada”.

Segundo o chefe do Executivo, esse tipo de atitude não será tolerada dentro do governo. “Não dá para se admitir, passivamente, um gasto dessa ordem” e que o brasileiro não aguenta pagar tantos impostos e “não ter no final da linha uma prestação de serviço”.

Bolsonaro também afirmou que a atitude de Teté seria “um escracho, um deboche para com o brasileiro” e em tom de deboche, comentou com o ministro das Relações Exteriores que “no Itamaraty não vai ter jantar de R$ 290 mil não”.

Versão inicial

Antes de Bolsonaro postar o vídeo, Teté havia dito que estava deixando o ministro a vontade para formar sua equipe de trabalho. “É preciso que haja uma sinergia absoluta entre Mtur e Embratur, (por isso) encaminho (…) pedido de demissão para que esteja à vontade para concluir a montagem de sua equipe de trabalho. Agradeço, desde já, a confiança depositada”, explicou Teté, em carta enviada ao ministro.

Ela chegou a elogiar a decisão do governo do presidente de manter o Ministério do Turismo. Para ela, foi uma sinalização de que o turismo entrou na pauta econômica do governo, podendo cada vez mais gerar empregos, renda e oportunidades para os brasileiros.

Teté Bezerra

Filiada ao MDB, Teté assumiu a presidência da Embratur em maio de 2018, ainda no governo Michel Temer. Ela substituiu Vinicius Lummertz, que deixou a Embratur na ocasião para assumir o Ministério do Turismo.

A Embratur é uma autarquia especial vinculada ao ministério e responde, conforme o site oficial do órgão: pela execução da Política Nacional de Turismo em ações sobre promoção, marketing e apoio à comercialização de “destinos, serviços e produtos turísticos brasileiros no mercado internacional”.

Antes de comandar a autarquia, Teté foi secretária nacional de Qualificação e Promoção do Turismo do Ministério do Turismo. A ex-presidente fez carreira política no Mato Grosso, onde foi eleita deputada federal e estadual e comandou a secretaria de Turismo do estado.

Veja vídeo de Bolsonaro:

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Um comentário em “Bolsonaro manda exonerar Teté por jantar de R$ 290 mil”

  1. FRANCISCO QUEIROZ disse:

    Perfeito! Tem que ser assim com todos os órgãos públicos. Tolerância zero para gastos exorbitantes com o dinheiro público.

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