Após atender o clamor de produtores rurais, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) parou a Capital do Estado, nesta quarta-feira (15.05), com a presença de aproximadamente 1.500 produtores para chamar a atenção dos Poderes Executivo e Legislativo, e da sociedade em geral, sobre a necessidade do enxugamento da máquina pública, com cortes de gastos, aplicação correta dos recursos arrecadados dos cidadãos e para apresentar demandas específicas do setor de produção de alimentos de Mato Grosso.
O ato marcou a programação do Movimento Mato Grosso Forte que reuniu produtores de todos os cantos do Estado, mobilizados pelos 24 núcleos da Aprosoja. Ao longo do dia, a comissão do Movimento foi recebida pela presidente da Assembleia Legislativa em exercício, deputada Janaina Riva, e demais deputados estaduais, e também pelo governador do Estado, Mauro Mendes.
Em ambas situações, os produtores liderados pelo presidente da Aprosoja-MT e vice-presidente da Aprosoja Brasil, Antonio Galvan, e pelo vice-presidente da Aprosoja, Fernando Cadore, apresentaram uma carta de reivindicações aos poderes contendo itens que impactam não apenas o setor agrícola, mas a sociedade em geral.
“Com certeza esse é um grito que estava engasgado na garganta dos produtores de soja e milho de Mato Grosso, do pequeno, do médio produtor. São eles que a Aprosoja ouve e representa. Portanto organizamos todo esse movimento pra servos ouvidos pelos nossos deputados estaduais e pelo nosso governador. Chega de desviar os recursos do Fethab, nós precisamos de estradas pra escoar nossa produção, nós precisamos de pontes. E as estradas não são somente para o produtor rural, é para as crianças que se deslocam para escola, para o doente que precisa sair do pequeno distrito e ir até um hospital melhor, localizado na Capital ou em uma cidade polo. Então essa é uma luta de toda sociedade”, disparou Galvan.
Os produtores começaram a se reunir pela manhã no Cenarim Rural para deliberações internas. No período vespertino a primeira parada foi a Assembleia Legislativa. Cerca de nove deputados receberam a comitiva de diretores e delegados coordenadores da Aprosoja-MT, liderados por Galvan.
Entre os pontos reivindicados estão, por exemplo, o fim da cobrança do Fethab sobre o milho e a aplicação correta dos recursos oriundos do Fethab 1 e 2 da soja. Representando todos os deputados estaduais, Janaína Riva, que recebeu a carta de reivindicações, afirmou que a Casa de Leis está aberta para os cidadãos. De acordo com a presidente da AL-MT, os maiores aliados para esta luta que nasce do produtor, mas é de toda sociedade, são os deputados estaduais.
“Não existe maiores aliados. Estamos prontos para fazer esse debate. Aqui ninguém se nega a votar nada de vocês. Vamos fazer esse trabalho juntos com vocês, ir no governador, pedir para o governador e mostrar pra ele a inviabilidade do setor produtivo se persistir com a cobrança do Fethab milho. Nós queremos fazer esse trabalho também para auxiliá-los, nessa parceria Assembleia e de todos os deputados”, afirmou.
Presente no Movimento Mato Grosso Forte, prefeito de Sorriso Ari Lafin enfatiza que a luta não é apenas do produtor, mas de toda sociedade. Ele fez questão de comparecer ao ato e reforçar o apoio de sua gestão às lutas que representam o setor produtivo. “Apoiamos o movimento, porque é muito importante. A cada a no que passa o setor está sendo esmagado financeiramente, deixando bem clara as palavras, pelo custo alto, pelo risco de mercado e agora não há como suportar a taxação. Esse retorno do Fethab 100% para o que ele foi criado, nós entendemos que são essenciais. Tem o apoio da nossa gestão a través do setor e do Sindicato Rural”, disse Lafin.
Produtor e delegado coordenador do núcleo de Vera, Rafael Bilibiu, disse que o Movimento mostrou, acima de tudo, que os produtores de soja e milho estão unidos em prol de um só objetivo. “Produtor está cansado de tanta taxação e nenhum retorno, mas não está cansado para vir pra cá. Saiu da sua casa, do seu conforto e afazeres para reivindicar e mostrar a força e a união que a Aprosoja tem. Juntamos praticamente metade da produção agrícola em número de área e isso mostra representatividade que a entidade tem e a união do setor”, disparou.
“Esse ato deixou bem claro que não dá mais para o produtor continuar pagando Fethab. Como um todo já é pesado e o produtor de milho está sendo penalizado. Acredito que deixamos uma mensagem bem clara para o governador e para Assembleia”, disse Cleto Weber, presidente do Sindicato Rural de Sapezal.
“Esse evento de hoje é um grande marco na Aprosoja. Há treze anos esse é um evento de maior representação da classe, vindo até a Capital para mostrar ao governo que a coisa não está boa. Nossa margem de renda está muito pequena, está muito achatada e ainda mais com a sobretaxa de imposto. Nós não sabemos porque o dinheiro levado do produtor que gera emprego, gera renda, não tem retorno. Esse movimento não para, será reforçado nas bases, porque é disso que o produtor precisa, de uma diretoria e de uma liderança que ouçam suas bases. Hoje saio daqui muito alegre, porque a base está aqui e vai fazer, nesse novo momento da Aprosoja”, avaliou Naildo Lopes, membro titular do conselho fiscal da Associação.