O Brasil deve colher safra de 50,92 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado em 2019 (arábica e conilon), o que corresponde a uma queda de 17,4% em comparação com a produção de 2018, que foi recorde de 61,66 milhões de sacas. Os números fazem parte do segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Conforme comunicado da Conab, o recuo é atribuído à bienalidade negativa nos cafezais, “um fenômeno natural que ocorre com a cultura e faz com que sua produtividade seja maior em um ano e menor no ano seguinte”. No entanto, o Brasil continua como principal produtor mundial e maior exportador da cultura.
De acordo com o levantamento, a colheita já foi iniciada e a produção é considerada como a maior dentro do período de bienalidade negativa. O café arábica, que representa uma produção de 72% do total e é mais influenciado pela bienalidade, deve alcançar safra de 36,98 milhões de sacas, uma redução de 22,1% em comparação com a temporada anterior.
Já a produção de conilon está estimada em 13,94 milhões de sacas, uma diminuição de 1,7% ante 2018. “No caso do conilon, esta projeção deve-se principalmente à expectativa de redução de produção na Bahia e em Minas Gerais, que diminuíram área e apresentam menores estimativas de produtividades médias, e no Espírito Santo, que também diminuiu a produtividade por causa do clima”, informa a Conab.
A área total cultivada no País com as duas espécies totaliza 2,16 milhões de hectares, aumento de 0,2% em comparação com 2018. Deste total, 14,8% estão em formação e 85% em produção. Na safra atual, a área em produção foi reduzida em 1,1%, enquanto a área em formação aumentou 8,7%. Segundo o estudo, por se tratar de uma safra de bienalidade negativa, os produtores aproveitam para realizar tratos culturais nas lavouras e, consequentemente, diminuir a área em produção.
A Conab destaca que neste levantamento foi realizado um mapeamento, com os dados de café nas principais regiões produtoras. O estudo utiliza tecnologias de georreferenciamento, que colabora com as estimativas de áreas.