O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e vice-presidente da Aprosoja Brasil, Antonio Galvan, participou de audiência pública, na Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso (OAB-MT), para debater o uso de defensivos agrícolas em áreas de agricultura no Estado. Em pauta, os impactos que os insumos podem causar à saúde humana e a busca por medidas alternativas para diminuição do uso dos produtos.
No encontro, diversos pontos de vistas foram apresentados por professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), deputados estaduais, acadêmicos da UFMT, representantes do Conselho Regional de Agronomia e Engenharia do Estado (Crea-MT), pesquisadores, produtores rurais, dentre outros.
O professor Wanderlei Pignati, principal expositor da tarde, apresentou estudos defendeu a implementação de um programa para redução de defensivos agrícolas no Brasil e no mundo. Após ouvir e assistir a apresentação, o presidente da Aprosoja disse que é de interesse dos produtores reduzir o uso dos insumos, já que os mesmos representam custo na produção, mas que são necessárias medidas seguras e cautelosas, pois trata-se da atividade que garante a sustentação alimentar.
“Nenhum produtor usa defensivo porque quer ou gosta, mas porque é preciso. É um remédio para planta, assim como o remédio que usamos para curar doenças do ser humano. Nós, produtores rurais, não podemos ser penalizados e taxados de envenenadores. Todos os insumos utilizados na produção de alimentos possuem as dosagens permitidas pelos órgãos regulatórios”, ponderou Galvan.
Ainda de acordo com Galvan, os pontos e soluções apresentadas nos estudos do professor Pignati precisam ser melhor elaborados, uma vez que em uma das defesas do pesquisador é a maior taxação nos defensivos. “Algumas medidas apresentadas pelo Pignati são completamente plausíveis, cito aqui o monitoramento e o controle, que já existem. Agora, tentar impor medidas econômicas como uma taxação progressiva, que aumente ainda mais o custo da produção é querer acabar com a atividade agrícola”, enfatizou Galvan.
O presidente reforçou que a Aprosoja trabalha com inúmeros projetos para diminuição de defensivos por meio do uso de biológicos, mas que a substituição ainda não é economicamente viável e que os estudos ainda precisam avançar ainda mais. “Alguns testes já estão sendo realizados, inclusive na minha propriedade já estou tentando diminuir a quantidade de defensivos, mas é um processo gradativo e delicado. Concordamos que tudo em mau uso ou uso excessivo é prejudicial”.