A média de preços do mercado de trigo no primeiro semestre foi superior aos preços que foram estipulados no ano passado, segundo informou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). De acordo com o Cepea, as médias foram as maiores da série analítica do Centro, iniciada em 2004.
“Esse movimento esteve atrelado à baixa oferta do grão de boa qualidade, à entressafra brasileira e, especialmente, às exportações. Neste último caso, os embarques de 2019 chamaram a atenção, tendo em vista que as importações também foram volumosas. Assim, entre janeiro e junho deste ano, o preço médio em São Paulo foi de R$ 926,55/tonelada, no Paraná, de R$ 881,47/t, em Santa Catarina, de R$ 934,31/t e no Rio Grande do Sul, de R$ 802,14/t, sendo, respectivamente, 7,4%, 9,8%, 14,7% e 14,2% acima das observadas no primeiro semestre de 2018”, comenta.
Além disso, “mensalmente (de 31 de maio a 28 de junho), no mercado de balcão (valor recebido pelo produtor), as cotações registraram avanço de 0,2% no Rio Grande do Sul e recuaram 0,3% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os valores caíram 1,4% no Paraná e 1% no Rio Grande do Sul, mas subiram 0,1% em São Paulo”.
Apesar do movimento de valorização do grão, para as farinhas, o repasse não aconteceu na mesma proporção.” Destacando-se o segmento de maior representatividade no mercado, o de panificação, é possível verificar que, ao longo do primeiro semestre, apenas pontualmente que a relação entre os preços de trigo em grão e o do derivado (em tonelada) indicou margem positiva para moinhos. Para os farelos de trigo, os preços, seja para o a granel e para o ensacado, avançaram no mês, o que pode ser justificado pela demanda regional”, conclui.