A preocupação com o meio ambiente, no mundo globalizado, é também uma questão de cidadania. É isso o que afirma o professor Pedro Dallari em sua coluna desta semana. “A cidadania no mundo de hoje envolve direitos fundamentais, independentemente da sua nacionalidade, da sua etnia ou do lugar onde se vive. No rol desses direitos fundamentais que vêm sendo reconhecidos por todo o planeta, se situa o direito ao meio ambiente equilibrado, ou seja, um meio ambiente cujas condições sejam adequadas para preservar a qualidade de vida dos indivíduos, agora e no futuro”, afirma ele.
“Assim, um elemento fundamental é a preservação das grandes florestas que ainda existem. Sem essa preservação, a ameaça ao ecossistema terrestre e a esse meio é muito significativa. E no contexto das grandes florestas, a Amazônia ocupa um lugar de destaque”, afirma Dallari. “As florestas, e a Amazônia em particular, são vistas como indispensáveis para o combate ao aquecimento global, justamente pela absorção da camada de gás carbônico que se forma na atmosfera, e também para a preservação da biodiversidade. Por isso, é razoável que os países que possuem florestas peçam auxílio à comunidade internacional para ajudar a mantê-las, como contrapartida.”
Dentro desse contexto, o colunista tem uma preocupação:
“O Fundo Amazônia, criado no Brasil, é uma dessas formas de auxílio. Ele recebe recursos de ONGs e de países estrangeiros para captar recursos que assegurem a preservação da floresta. Ele é um sucesso, inclusive recebendo recursos da Alemanha e da Noruega. Pois bem: as recentes ameaças do governo brasileiro ao Fundo Amazônia fizeram que esses dois países recuassem em sua disposição de continuar a doar recursos. Há o receio de que esses recursos não sejam utilizados para a preservação da Amazônia, já que se intensificaram muito nos últimos meses medidas que agridem a floresta”.