moda, em certo sentido, dura para sempre. Afinal, mais de 60% da fibra usada globalmente na produção de roupas é sintética. Essas peças vão demorar décadas ou séculos para se decompor, mesmo se forem jogadas fora (não importa quantas pessoas as usem e reusem, por meio de doações e vendas de segunda mão).
Parte das fibras vai ser incinerada, poluindo o ar, e outra parte vai terminar nos depósitos de lixo, nos oceanos e nos lagos. O problema se agrava com a ascensão das marcas de fast fashion, que incentivam ciclos de consumo mais rápidos.
O alerta está no livro “Fashionopolis”, da jornalista Dana Thomas, americana que vive em Paris, escreve sobre moda há 30 anos e foi condecorada pelo governo francês em 2016 com a Ordem das Artes e Letras.
No livro, além de apontar os problemas ambientais provocados pela moda e pela indústria têxtil, Dana apresenta também as possibilidades do que chama de slow fashion – produção em pequena escala e com prioridade para matérias-primas locais.
Apresenta diversos empreendedores atuando desse modo inovador, como Sarah Bello, produtora de anil (índigo), Natalie Chanin, designer de roupas de algodão, e a estilista Stella McCartney.
A escritora também aponta as práticas da economia circular e da reciclagem como uma alternativa para o futuro da moda. O livro foi resenhado no jornal americano The New York Times.