CLÁUDIA CAMPELLO
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Se Cuiabá tivesse gosto, seria de um doce caju, catado no quintal dalgum morador da Prainha;
Se Cuiabá tivesse sabor, seria de
Peraputanga assada na folha da bananeira, ali do Porto mesmo!
Se Cuiabá fosse música…seria da roda de cururueiros, do Siriri, e dos pardais nas mangueiras…
Se Cuiabá fosse tecido…tecido seria de chita…leve, florido e simples como os cuiabanos de raiz…de Dona Domingas e tanta gente bonita;
Ah se Cuiabá tivesse mar, seria de…saudade…
Saudade de um tempo com mais frutas nos quintais e espécies de pethes nesse rio frondoso que margeia nossa capital;
Ah essa Cuiabá de todos os encantos, de todos os encontros de tudo quanto é gente!
Mas Cuiabá, nos seus 301 anos…preserva tudo isso…na memória dos que viverem os idos de Rondon, de Dunga Rodrigues; de Amini Haddad, Izabel Campos, Tereza de Benguela, Sarita Baracat, e muitas mais mulheres de verdade!
Cuiabá é digoreste.
-Agora espia aí, Seu Nhonhô não fica mais na calçada, nem xás crianças brincam mais de finca finca, bola de gude e virar figurinha com mão;
-Ê ah! o progresso chegou, tiraram as redes dos rios e das varandas; e a praça ficou sem causos pra contar. Era ufa de gente que vinha de atravessar a ponte umbilical que liga Várzea a Cuiabá, pro cinema da Getulio, pro Sayonora, pro Dutrinha e pro Club Militar.
Ah Cuiabá, das tradições e culturas…das extrações do ouro que levantaram as catedrais, logo após os bandeirantes e Pascoal Moreira Cabral acharem o caminho das pedras e se enamorarem das índias virginais.
Ah Cuiabá, dos Monteiros, Mirandas, dos Oliveiras, dos Garcias, Botelhos, Pinheiros , Coutinho, Barros, Campos, Neves, Auad e tantos outros de thapa e cruz… como é bom te amar!
És hoje véu de noiva, branco de promessas, cheia de arranha-céus…e pronta com o seu calor, a gerar novas riquezas, com seus sabores, ritmos e tradições milenar!
Cuiabá de ontem, de hoje e para sempre, tu és sim, noiva da terra prometida de Dom Bosco, há verter leite e mel.
Singular em beleza;
Plural de amores e riquezas!
Parabéns, Cuiabá, minha , nossa…verde-ainda, capital!