ÍNTEGRA COMUNICAÇÃO / FABÍOLA KAREN E SILVA
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As maiores economias mundiais já pautam suas projeções para o segundo semestre de 2020 no otimismo. Segundo o diretor financeiro da Brasilprev, Jorge Ricca, superada a primeira onda de uma complexa disputa comercial entre os Estados Unidos e a China, as expectativas de crescimento da economia global se reaquecem à medida em que o mundo se reinventa no enfrentamento aos efeitos da pandemia. A avaliação foi feita a executivos de diferentes segmentos reunidos na webinar promovida pelo Instituto Besc de Humanidades e Economia.
Projeções feitas pela Claritas Investimentos apontam para uma queda do PIB mundial da ordem de quase 4% no primeiro semestre do ano, a maior queda registrada desde a Segunda Guerra Mundial. Porém, em análises do cenário mundial e interno brasileiro, pode-se observar uma rápida reação das políticas econômicas entre nações protagonistas nas relações internacionais. Resposta rápida e com uma intensidade sem precedentes, determinante ao enfrentamento da pandemia sanitária.
“As maiores medidas foram em termos fiscais”, afirma a mestre em economia e chefe da Claritas Investimentos, Marcela Rocha. “Foram mais de 35 países que anunciaram um pacote de pelo menos 2% do PIB. A somatória chega a um estímulo fiscal de 5% do PIB global. Essa ponte era necessária, tanto para as empresas quanto para as famílias e os empregados”. Segundo Ricca, “o que a gente viu naquele momento foi uma atitude bastante forte e jamais vista na história dos bancos centrais e governos no sentido de conter e injetar liquidez nos mercados”.
Medidas adotadas, conforme os especialistas, o que se pode observar agora é que o pior da crise já passou. E no Brasil, sem ter que desvalorizar o câmbio, saindo com os níveis de juros baixos históricos, em torno de 2%, e com um excesso de liquidez tanto interno quanto global. Um verdadeiro “colchão econômico” aos impactos de medidas de distanciamento social.
“De alguma maneira, essa crise que estamos passando agora é porque a gente hoje pode se dar ao luxo de parar vários setores e grande parte da população mundial em vários países para preservar vidas, algo que no passado a gente não podia fazer”, afirma Walter Maciel, CEO da AZ Quest. “Ainda mais com o privilégio da tecnologia, da gente poder estar aqui, gerando valor nas nossas atividades diárias à distância”.
O mundo está gradativamente voltando a alguma normalidade, reabrindo os serviços, voltando a produção, mas ainda convivendo com o vírus. Segundo Marcela Rocha, apesar das incertezas dos cenários, era possível prever um crescimento fácil com a reabertura de empresas e mercados. “Nada estava funcionando, nada estava sendo produzido, a população estava sendo confinada. Nessa etapa em que agora estamos, há um crescimento rápido e um alívio de ver que o pior já passou”.
Os riscos residuais para a economia mundial exigem que gestores e investidores estejam atentos. A possibilidade de uma segunda onda da pandemia, as eleições presidenciais dos Estados Unidos, a guerra comercial e tecnológica travada entre os Estados Unidos e a China e o aprofundamento dos desequilíbrios sociais, entre outros fatores, precisam estar no radar de todos os povos e nações para uma habilidosa tomada de decisão no plano de políticas e negócios.
Previdência privada – Walter Maciel é otimista com os reflexos dessa recuperação no cenário da previdência. “O deslocamento de ativos de risco, que está levando a uma demanda muito grande de novas empresas, se traduz em dinheiro que vai chegar nas mãos dos empresários, que vão estar prontos para investir. Acho que teremos um salto de produtividade de longo prazo”.
Para os empresários do setor, é a oportunidade para o planejamento de investimentos a longo prazo, recomendação reforçada durante a webinar, também, a investidores individuais (pessoas físicas). Para isso, é fundamental que se busque um profissional especializado, traçando o perfil do investidor individual ou organização e que conheça suas necessidades futuras, os níveis de risco e que monte uma carteira customizada.
É importante, também, que os planos de previdência ofertados possuam um mix de multimercados de investimento. “Hoje, além de diversificação do produto, os gestores precisam oferecer os produtos que se adequam ao nível de aversão ao risco do investidor. O brasileiro está acostumado com uma renda fixa alta, o que já não existe mais. Os gestores precisarão se atualizar ao mercado em alta modificação”, afirma Jorge Ricca.
Websérie – A 19ª edição das webinars da Assembleia Permanente pela Eficiência Nacional contou com a participação de Jorge Ricca, Marcela Rocha, Walter Maciel e a mediação de Marcos Oliveira, presidente e CEO da Iochpe-Maxion S.A. Com a realização do Instituto Besc de Humanidades e Economia, o conteúdo já está disponível no canal da organização no YouTube. O evento online acontece às terças-feiras, a partir das 17h (horário de Brasília), aberto ao público e pelo mesmo canal.