NAYARA CERUTTI
[email protected]
Um sorriso belo em lábios mais volumosos, ou mesmo uma face mais séria com lábios bem torneados são símbolos da sensualidade natural, aquela que não é preciso fazer exposição do corpo, ou treinar por horas na frente do espelho para encontrar uma expressão que possa atrair admiradores, é o desejo da maioria. Para muitos a harmonização facial tem sido a solução perfeita do embelezamento da face, mas também o contrário vem ocorrendo com muita velocidade. Beleza não se discute, já diz canções, ou seja, nos fazendo lembrar que o que é belo para um é sem graça para outro, mas existe algo que não mente, a face mais harmônica, mais simétrica é o que até inconscientemente nos atrai mais.
Ou seja, aí entra o fato de que, de fato, beleza não pode mesmo se traduzir em um produto enlatado, ou padronizado, mas sim temos uma matemática da face e da beleza atraente, o respeito com a estrutura da face, a harmonia perfeita das métricas e dimensões. E neste cenário, vejo resultados surpreendentes e também desastrosos, a culpa recai não apenas no profissional que redesenhou a face, mas também do paciente.
Neste sentido, destaco que é preciso ter ponderações das duas partes, um profissional precisa respeitar a vontade de seu paciente no consultório, mas cabe a ele também alertar e desencorajar, quando algo é pedido, e a expertise do bom profissional acende o alerta, de que a transformação solicitada não ficaria bem naquele rosto. O que estou aqui dizendo é constatado diariamente nas ruas, pessoas que desejam melhorar a aparência facial, podem conquistar pra si, algo indesejado, um olhar de reprovação, por exemplo.
Está se tornando comum ver lábios muito acima do volume estético da beleza, olheiras com preenchimentos pesados e mal administrados, fazendo uma face ganhar bolsas, um efeito rebote horrível, faces robóticas e inchadas de forma permanente, ou enquanto durar o ácido hialurônico, ou seja, em média 16 meses. A harmonização facial entrou para trazer beleza sem dor, de forma instantânea e a um custo menor, se comparada a outros procedimentos mais invasivos para garantir a jovialidade com naturalidade, então devermos manter este sério compromisso.
Afinal, a harmonização facial não se trata de um único procedimento estético, mas de uma série de pequenas intervenções suaves e não cirúrgicas capazes de dar ao rosto um aspecto mais harmônico e equilibrado. Se a utilizarmos apenas para esta finalidade, vamos honrar nosso compromisso ético de fazer correções simétricas e com proporcionalidade que a face necessita, favorecendo as linhas naturais de cada pessoa e complementando detalhes que podem realçar a beleza individual.
Nayara Cerutti, odontóloga com atuação em harmonização facial