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A Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia abriu nesta quarta-feira (19) a sessão em que será tomado o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, uma das oitivas mais aguardadas da CPI. Contando o período em que ficou de forma interina à Frente do Ministério da Saúde, Pazuello foi o ministro que por mais tempo coordenou os esforços do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus, entre maio de 2020 e março de 2021.
Originalmente, o depoimento de Pazuello estava marcado para 5 de maio, mas acabou transferido para esta quarta depois que o general da ativa do Exército Brasileiro afirmou ter entrado em contato com duas pessoas que testaram positivo para a Covid-19.
Pazuello é o primeiro convocado pela CPI a contar com o benefício de poder ficar em silêncio quando for questionado pelos senadores se entender que há o risco de autoincriminação, medida concedida pelo ministro do Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com apuração do analista de política da CNN Caio Junqueira, mesmo com a “blindagem” garantida pelo STF, Pazuello tem dito a interlocutores que pretende falar aos senadores, aproveitando a ocasião para dar destaque ao que julga como pontos positivos de sua gestão.
O direito ao silêncio, contudo, deve ser utilizado quando seus advogados, que estarão pessoalmente com o ex-ministro, recomendarem.
O que esperar do depoimento
O ex-ministro provavelmente terá de responder sobre as possíveis interferências do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nos processos de compra das vacinas contra a Covid-19.
Outro assunto que deve tomar parte das discussões é o uso da cloroquina em pacientes com o novo coronavírus. Sob a gestão de Pazuello, o Ministério da Saúde endossou o chamado “tratamento precoce”, que se vale de medicamentos sem eficácia comprovada para o combate da Covid-19.